O novo teatro de Siza na Catalunha

É revestido a tijolo maciço, um material tradicional das zonas rurais daquela região espanhola. E já está a funcionar desde o Verão.

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O teatro-auditório que fica nos arredores da vila de Llinares des Vallès Fernando Guerra | FG+SG
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O edifício faz uma cunha quando se orienta para Llinares Fernando Guerra | FG+SG
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A mata mediterrânica contém pinheiros, azinheiras e carvalhos Fernando Guerra | FG+SG
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O teatro afasta-se da mata Fernando Guerra | FG+SG
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O edifício tem cerca de 4.500 metros quadrados Fernando Guerra | FG+SG
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A fachada principal está de costas para o parque e para a vila Fernando Guerra | FG+SG
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O edifício é revestido a tijolo maciço Fernando Guerra | FG+SG
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O tijolo é tradicional das zonas rurais da Catalunha Fernando Guerra | FG+SG
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O tijolo é cozido a alta temperatura e não é poroso Fernando Guerra | FG+SG
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A fachada principal Fernando Guerra | FG+SG
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Não há ainda inauguração marcada, mas o último edifício de Álvaro Siza, situado perto de Barcelona, já está a funcionar desde o Verão. É um teatro-auditório que fica nos arredores da vila de Llinares des Vallès, revestido a tijolo maciço, um material tradicional das zonas rurais da Catalunha.

O arquitecto português colabora aqui com os espanhóis Manel Somoza e Manuel Solanes num edifício dedicado às artes cénicas – teatro, música, dança e circo. Tem uma sala principal, à italiana, para 300 espectadores e outra polivalente.

O Teatro-Auditório de Llinares é o primeiro grande projecto que ocupa os terrenos públicos resultado do parcelamento da Casa Agrícola de Can Marquès, uma quinta da região. A proposta dos arquitectos foi integrar todos os terrenos públicos, os do teatro incluídos, num novo parque e não dividir mais esta paisagem rural. “A primeira ideia deriva do lugar”, explica Manel Somoza ao telefone. “É um lugar com um bosque muito denso, antigo e bem conservado. Afastámos o edifício da mata para as clareiras poderem ser vistas do próprio edifício.” Uma mata mediterrânica, com pinheiros, azinheiras e carvalhos, que o projecto quis proteger.

A fachada principal do edifício está de costas viradas para o parque e para o lado onde nasceu a vila. Cria uma pequena praça de recepçãop, virada para a rua principal, que também tem a função de afastar o edifício da via pública. Os volumes foram articulados a partir do "coração" das actividades, a caixa cénica, explica a memória descritiva enviada pelo atelier de Siza. É possível descobrir três pátios, à volta dos quais se organizam caixa cénica e camarins, foyer e armazéns. No Verão, diz o arquitecto espanhol, o foyer sai para o exterior nas noites mais quentes.

Depois, o edifício também se quer afirmar na sua vocação pública. “Quisemos que quando se olhasse para ele se percebesse que é um edifício que representa as aspirações da comunidade.”

O uso do tijolo também contribui para essa identificação. É um tijolo cozido a alta temperatura, que não é poroso. Não tem a riqueza plástica e as irregularidades do tijolo maciço feito à mão, “que é muito caro”, mas Siza decidiu usar o lado que devia ficar escondido, “que tinha mais qualidades texturais”.  

Em 2014, o novo pavilhão do Museu de Hombroich, na Alemanha, deu a Álvaro Siza o prémio máximo dos Fritz Hoger Awards 2014, que distingue a excelência em arquitectura de tijolo.

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