Escritores de Língua Portuguesa juntos em Cabo Verde
A literatura e as diásporas, a insularidade, a poesia e a música são os motes do VI Encontro, que começa no dia 31, na Cidade da Praia.
Unem-nos a arte da escrita e o idioma, e é por eles que se reunirão em Cabo Verde, de 31 de Janeiro a 4 de Fevereiro, no VI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa. O tema geral deste ano são as Diásporas, mas com ramificações em vários subtemas: a literatura e as diásporas, a insularidade, a poesia e a música. Depois de quatro encontros no Brasil (em Natal) e de um em Angola (Luanda), é agora a vez de Cabo Verde, em cuja capital, Cidade da Praia, se realizará esta reunião de 2016.
No encontro, que é promovido pela UCCLA (União das Cidades de Língua Portuguesa) e pela Câmara Municipal da Praia, participarão escritores e autores de Angola (Ana Paula Tavares e José Luís Mendonça), Brasil (João Paulo Cuenca), Cabo Verde (Abraão Vicente, Germano Almeida e Vera Duarte), Macau (Ricardo Pinto e Yao Jingming;), Moçambique (Luís Carlos Patraquim), Portugal (João de Melo, José Fanha, José Luís Peixoto, Miguel Real e Zeca Medeiros), São Tomé e Príncipe (Alice Goretti Pina) e Timor-Leste (Luís Cardoso (Takas)). Além dos painéis programados, haverá um encontro com novos escritores de Cabo Verde, uma feira do livro, a inauguração de uma exposição que evoca a Casa dos Estudantes do Império, intitulada Farol da Liberdade, e visitas à Cidade Velha e ao antigo campo de concentração do Tarrafal, agora museu, com uma sessão literária, uma visita à prisão e lançamento de livros.
À margem do Encontro, haverá ainda iniciativas relacionadas com o projecto Cidades Educadoras (que agora abarca várias cidades cabo-verdianas) e com segurança urbana.
Foi também anunciado que o Prémio Literário UCCLA, intitulado Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, já tem cerca de 130 participações recebidas, de vários países. Parceria com a editora A Bela e o Monstro, a iniciativa receberá as obras até 31 de Março, devendo o prémio ser anunciado a 5 de Maio deste ano. O júri que analisará as obras é composto por António Carlos Secchin (Brasil), Germano de Almeida (Cabo Verde), Inocência da Mata (São Tomé e Príncipe), Isabel Pires de Lima (Portugal), José Luís Mendonça (Angola), José Pires Laranjeira (Portugal) e José Augusto Bernardes (Portugal, Biblioteca Geral de Coimbra). A obra premiada será editada e publicada pelas entidades promotoras, bem como os livros distinguidos com menções honrosas.
O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, participará na abertura do encontro e numa mesa redonda sobre a obra de Arménio Vieira, no último dia. No encerramento, intervirão o ministro da Cultura cabo-verdiano, Mário Lúcio Sousa, o secretário-geral da UCCLA e o vereador da cultura da Câmara da Praia, António Lopes da Silva.
“A literatura é um elemento absolutamente decisivo para a afirmação da identidade dos nossos povos e países e também para a afirmação dos países de língua oficial portuguesa no mundo”, afirmou à agência Lusa o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, na apresentação do programa do encontro, acrescentando que este “acrescentará em muito o conhecimento das nossas identidades”.