Coligação PSD/CDS-PP reconquista São João da Madeira com maioria
Eleições intercalares marcadas depois da renúncia do presidente de câmara.
Ricardo Figueiredo foi reeleito presidente da Câmara de São João da Madeira nas eleições municipais intercalares deste domingo. O independente, apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP, tinha renunciado ao cargo em Outubro do ano passado, alegando não ter condições para governar e acusando a oposição, que detinha a maioria, de “bloqueios sucessivos” aos projectos apresentados. O autarca renunciou, bem como todos os elementos da sua lista, recandidatou-se e pediu maioria para governar a autarquia sanjoanense. A mensagem passou e a coligação PSD/CDS-PP Maioria por São João da Madeira venceu as intercalares com 46,3% e elegendo quatro mandatos.
O PS conquistou 39% dos votos e três mandatos. Desta vez, o Movimento Independente São João da Madeira Sempre não conseguiu eleger qualquer elemento, ao contrário do que aconteceu em 2013, com a eleição do cabeça-de-lista Jorge Lima, que se recandidatou nestas intercalares e obteve 6,5% dos votos. A CDU ficou em quarto lugar com 5,33%, o BE em quinto com 2,57% e o Partido Nacional Renovador (PNR), que se apresentou pela primeira vez em eleições em São João da Madeira, em sexto com apenas 0,3% dos votos.
Ricardo Figueiredo foi recebido com palmas e com a palavra “maioria” dita em uníssono na sua sede de campanha, no centro da cidade. “Os sanjoanenses penalizaram a oposição que bloqueava a cidade e deram responsabilidade àqueles que verdadeiramente querem fazer com a cidade avance”, reagiu. “A cidade virou uma página e vai avançar em direcção ao futuro como os sanjoanenses merecem e exigem”, acrescentou. O autarca, que durante a campanha admitiu que teria uma derrota se não ganhasse com maioria, reafirmou que os interesses de São João da Madeira estão acima de tudo. “Vamos governar com todos os sanjoanenses e vamos fazer a cidade avançar. Esta vitória é dos sanjoanenses”.
Castro Almeida, mandatário da candidatura da coligação Maioria por São João da Madeira, ex-presidente da câmara sanjoanense e ex-secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, lembrou que a cidade tem agora de “acelerar o passo” para cumprir, em menos de dois anos, um programa projectado para quatro anos. “São João da Madeira pode retomar a normalidade, o que significa retomar processos de desenvolvimento”, disse ao PÚBLICO. “Os sanjoanenses valorizam quem quer trabalhar, quem quer fazer obra, quem quer caminhar em frente, e penalizam quem se coloca em posição de não deixar fazer, de destruir em vez de construir”, acrescentou.
Luís Ferreira, que voltou a ser o cabeça-de-lista do PS, assumiu a responsabilidade pela derrota e prometeu colaborar. “O presidente da câmara terá da nossa parte, como sempre teve, total colaboração para que São João da Madeira cresça”. O Movimento Independente São João da Madeira Sempre desaparece de cena da câmara e Jorge Lima, no rescaldo dos resultados, anunciou o fim da sua actividade política, mantendo, porém, abertura para colaborar com o movimento que liderou e que tem eleitos na assembleia municipal e na assembleia de freguesia.
O PSD, coligado nestas intercalares com o CDS-PP, o PS e o BE foram os partidos que aumentaram em percentagem de votos face às autárquicas de 2013. Nesse ano, o PSD ganhou as eleições em São João da Madeira com 38%, mas sem maioria. O PS ficou em segundo com 35% dos votos, o Movimento Independente em terceiro com 10%, o PCP em quarto com 6,2%, o CDS-PP em quinto com 2,96% e o BE em sexto com 2,25%.