João Sousa: “Fisicamente não estive à altura de um dos melhores”

O Open da Austrália também ficou sem Garbine Muguruza e Ana Ivanovic.

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Sousa não conseguiu travar Andy Murray Thomas Peter/Reuters

Ninguém melhor o que o número dois do mundo para avaliar no Open da Austrália os progressos de João Sousa. Diante de Andy Murray, detentor de dois títulos do Grand Slam, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, líder da selecção que venceu a Taça Davis em Novembro e tetra finalista em Melbourne, o melhor tenista português confirmou a boa forma que já exibira nas duas primeiras rondas, ganhando, pela primeira vez, um set em hardcourts a Murray e obrigando o escocês a jogar o seu melhor ténis. Mas a diferença do actual 33.º do ranking para um dos membros dos Fab Four, que dominam o ténis mundial, ainda é notória.

Sousa entrou na Margaret Court Arena com uma excelente atitude e grande intensidade, mas foi penalizado por não ter aproveitado os dois break-points de que dispôs. Como já é habitual, o vimaranense reagiu depressa e bem, quebrando o serviço de Murray logo de entrada no segundo set, o que lhe deu confiança para assegurar o seu serviço até fechar com novo break. Murray foi obrigado a elevar o nível de jogo e não mais enfrentou qualquer break-point, ao mesmo tempo que Sousa foi tendo mais dificuldades em acompanhar, cedendo definitivamente, ao fim de duas horas e 38 minutos: 6-2, 3-6, 6-2 e 6-2.

“Penso que dei uma grande réplica, joguei a um nível muito alto nos dois primeiros sets. O primeiro set não demonstrou aquilo que fiz em campo; um segundo também muito bom onde consegui manter o nível de jogo e acabei por fazer um break; um terceiro e quarto sets em que senti algumas dificuldades a nível físico e o Andy tirou vantagem disso, conseguiu entrar mais no campo e ser mais agressivo, enquanto eu fui mais para trás e defender um pouco mais. Acho que foi essa a chave do encontro: fisicamente não estive à altura de um dos melhores do mundo”, admitiu Sousa, que terminou com 44 erros não forçados, dos quais 24 de direita. Depois de uns dias de descanso, Sousa vai voltar ao circuito em Montpellier, na primeira semana de Fevereiro.

Também contente com a exibição do seu atleta, Frederico Marques salientou os progressos, mas reconheceu igualmente o trabalho que há ainda a fazer. “Tivemos um João mais completo, a servir muito bem e a posicionar-se muito melhor dentro do campo, ocupando-o muito melhor e utilizando mais padrões de jogo com a esquerda. Mas não serve ganhar apenas um set; num Grand Slam são precisos três e não foi possível manter esse nível e essa frescura física. Ainda temos que melhorar tacticamente para com isso ajudar a parte física. Em termos gerais saímos da Austrália com um saldo positivo, mas queríamos mais. Queremos ganhar aos melhores do mundo e com melhor ranking”, explicou o treinador de Sousa.

Murray admitiu as dificuldades iniciais e ficou aliviado por seguir em frente. “No início, ele foi extremamente agressivo, muito intenso, a conseguir colocar-se em posição de ditar os pontos com a direita. A partir do momento em que comecei a bater na bola de forma mais limpa, fui capaz de o fixar no seu canto esquerdo e ditar os pontos. Ele bateu muito bem na bola, perto das linhas e fez-me correr muito. Foi bom ter ultrapassado este”, reconheceu Murray, próximo adversário do australiano Bernard Tomic (17.º).

Stan Wawrinka-Milos Raonic, David Ferrer-John Isner e Gael Monfils-Alex Kuznetsov são os outros encontros dos oitavos de final.

O torneio feminino perdeu Garbine Muguruza (3.ª) e Ana Ivanovic (23.ª), eliminadas, respectivamente, por Barbora Strycova (48.ª) e Madison Keys (17.ª). Victoria Azarenka (16.ª)-Strycova, Shuai Zhang (133.ª)-Keys, Angelique Kerber (6.ª)-Annika Beck (55.ª) e Ekaterina Makarova (24.ª)-Johanna Konta (47.ª) são os duelos dos oitavos.

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