Melhorou o estado de saúde dos cinco participantes no ensaio da Bial em França
No hospital de Rennes apenas vai permanecer um dos cinco doentes, informou a unidade de saúde. Testes a outros voluntários não detectaram mais problemas, por enquanto.
Depois de um dos voluntários ter morrido, o estado de saúde dos outros cinco participantes no ensaio clínico de uma nova molécula da farmacêutica portuguesa Bial, que estavam hospitalizados desde a semana passada em França, melhorou e um deles está mesmo em condições de voltar para casa, anunciou esta segunda-feira Gilles Brassier, presidente da Comissão Médica do Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Rennes, onde os doentes estão internados na semana passada.
Três dos doentes vão passar a ser seguidos em serviços de neurologia de unidades de saúde próximas dos seus domicílios, acrescentou Gilles Brasier, citado pelo jornal Ouest France. "O seu seguimento médico será organizado pelo serviço de neurologia do CHU. O último paciente continua em observação" neste serviço, lê-se na nota com o terceiro balanço clínico efectuado pela unidade de saúde.
Durante o fim-de-semana, 18 dos voluntários que foram incluídos neste ensaio e tomaram o composto experimental da Bial foram sujeitos a exames neurológicos e a ressonâncias magnéticas cerebrais para se perceber se apresentavam algum tipo de efeito secundário. "Não foram detectadas anomalias clínicas e radiológicas" semelhantes às que apresentavam os doentes hospitalizados, refere a nota.
Os seis doentes são homens com idades compreendidas entre os 28 e os 49 e estavam a participar no ensaio para testar um novo medicamento para tratar perturbações neurológicas, desde Junho passado.
O centro hospitalar de Rennes vai prosseguir com os testes aos outros voluntários incluídos neste ensaio clínico. Segundo a Bial, foram 108 as pessoas que participaram neste estudo, mas apenas 90 terão tomado o composto, tendo os restantes ingerido placebos. Alegadamente, os seis voluntários foram o grupo que recebeu a dose mais elevada do composto.
A ministra da Saúde francesa, Marisol Touraine, tinha lamentado de manhã o facto de apenas ter sido informada na quinta-feira deste acidente grave e que classificou até como "inédito" em França. Mas o director do centro de investigação Biotrial, que conduziu o ensaio clínico a pedido da Bial, pediu aos responsáveis para não alimentarem polémicas. "A regulamentação diz que cabe ao promotor [do ensaio] Bial prevenir as autoridades de saúde". Mas tudo foi feito conforme as regras", assegurou François Peaucelle.
A Bial já garantiu que está a acompanhar de perto os doentes, tendo feito deslocar uma equipa para Rennes.