O preço do petróleo do Mar do Norte recuou de novo nesta segunda-feira, depois do levantamento oficial das sanções ao Irão, que vai aumentar a produção petrolífera.

A cotação dos contratos de futuros do barril de Brent em Londres, que serve de referência para as importações portuguesas, caiu de manhã para o valor mais baixo desde 2003. Depois de ter tocado num mínimo de 27,7 dólares, a cotação esteve nos 28,73 dólares, perdendo menos de 1% em relação ao valor de sexta-feira. Pelas 19 horas o valor recuperara um pouco, para os 28,94 dólares.

Com a implementação do acordo nuclear internacional com o Irão, os mercados já antecipavam uma nova descida do preço do petróleo, tanto mais num dia em que se espera que o volume de transacções nas praças europeias seja inferior ao habitual, uma vez que as bolsas em Wall Street estão encerradas nesta segunda-feira.

O Brent já tinha recuado na sexta-feira pela segunda vez durante a semana para valores abaixo do patamar simbólico dos 30 dólares por barril, um mínimo histórico em 12 anos.

A descida do preço do petróleo intensificou-se a partir do segundo semestre de 2014, perante uma desaceleração da procura e a manutenção dos níveis de produção. Para a descida dos preços pesou, no ano passado, a posição da OPEP, que decidiu não mexer nas quotas de produção, não seguindo o recuo dos preços. Só nos últimos três meses, o preço do petróleo acumula uma queda a rondar os 40%.

A perspectiva de levantamento das sanções a Teerão, que permite ao país retomar as exportações de crude, já se tinha reflectido na diminuição do preço do Brent na última semana. A trajectória acentuou-se nesta segunda-feira, perante a chegada ao mercado do petróleo iraniano.

O Irão é quinto maior produtor da OPEP e prevê aumentar o fornecimento em 500 mil barris por dia, fez saber o vice-ministro que tutela a produção petrolífera, Rokneddin Javadi.

As sanções norte-americanas agora levantadas impediam a compra de petróleo iraniano e o investimento na sua indústria de hidrocarbonetos; do lado europeu, as restrições abrangem incluíam não só o petróleo, gás, os produtos petroquímicos e a tecnologia associada, mas também transacções financeiras e bancárias, seguros, o sistema SWIFT (necessário para as operações entre bancos), equipamento e tecnologia naval, acesso aos aeroportos europeus e o comércio de ouro, diamantes e outros materiais preciosos.

Nas bolsas europeias, o sentimento foi negativo, com as principais praças a fecharem com perdas. Frankfurt recuou 0,25%, Paris desceu 0,49%, Londres apresentou uma diminuição de 0,42%. Já Madrid caiu 0,87%, enquanto Milão desvalorizou 2,65% e Lisboa 3,71%.