Quantos jovens foram às urnas nas legislativas? Ninguém sabe

O Conselho Nacional de Juventude e o movimento associativo voltam a lançar a campanha “(Re)age.Vota” a pensar nos jovens. Faltam dados seguros sobre a abstenção jovem no país

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Yuya Shino/Reuters

Em Portugal, há a percepção de que a participação jovem em actos eleitorais é baixa. Não há, contudo, dados oficiais que permitam perceber a que níveis se encontra a abstenção dessa faixa etária. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) esclareceu ao JPN que não tem esses dados porque, explicou, “não é dona” deles.

Aceder à informação pessoal dos eleitores — a data de nascimento é um dado pessoal — implica a autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Chegar aos cadernos eleitorais implica, por sua parte, um pedido a cada tribunal de comarca, onde os votos são depositados, para conferir, registo a registo, a idade dos eleitores.

Campanha “(Re)age.Vota” regressa

Quem também gostava de ter dados sobre a abstenção jovem é Hugo Carvalho, o novo presidente do Conselho Nacional de Juventude (CNJ). O estímulo à participação formal dos jovens é uma das suas prioridades. “É preciso medir. Sem dados não se pode fazer nada”, refere em declarações ao JPN.

Tendo por base, contudo, os dados da abstenção da população em geral, por aproximação, percebe-se que a abstenção jovem está longe de ser um mito.

Com isso em mente, o CNJ e o movimento associativo estudantil lançaram para as legislativas de Outubro a iniciativa “(Re)age.Vota” para estimular o voto entre os jovens do país, particularmente entre os estudantes do ensino superior.

Desde o início desta semana, o site que serviu de base à campanha está adaptado às presidenciais de 24 de Janeiro. Na página estão listados os 10 candidatos às eleições com ligações para os respectivos sites oficiais. Podem colocar-se dúvidas e usar materiais disponibilizados para promover junto dos pares a participação eleitoral.

Para as redes sociais está prometido “um acompanhamento mais 'on time' da campanha, nos próximos dias”, afirma Hugo Carvalho.

O responsável reconhece às candidaturas no terreno “um esforço generalizado” de aproximação aos jovens. Quanto à promoção da participação jovem na política, Hugo Carvalho antevê “muito trabalho” para fazer.

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