Cândido Ferreira pede mais meios para PGR lutar contra corrupção

Em Dezembro, o candidato presidencial "recomendou" uma auditoria "rápida e decisiva a todo o sistema financeiro".

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Cândido Ferreira Daniel Rocha

O candidato à Presidência da República Cândido Ferreira lançou nesta segunda-feira, em Faro, um apelo ao primeiro-ministro, António Costa, para que haja um aumento dos meios de luta da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os "crimes de colarinho branco".

"Que seja considerada prioridade a dotação de meios que permitam à PGR um combate eficaz, e sem tréguas, aos chamados 'crimes de colarinho branco'", disse Cândido Ferreira junto a uma dependência do Banif ao lado do mercado municipal da capital algarvia.

Numa "carta aberta a António Costa" que também divulgou na altura, o candidato defendeu ainda que deve ser considerado como uma "prioridade a investigação de todos os casos de alienação de património público, incluindo a TAP e o Banif, bem como as PPP" (parcerias público-privadas).

Cândido Ferreira propôs ainda que se inicie, com urgência nesta área, "uma profunda revisão das normas aplicáveis, aproximando Portugal dos seus parceiros europeus".

O candidato presidencial recordou que, em Dezembro, "recomendou" uma auditoria "rápida e decisiva a todo o sistema financeiro".

"Longe de se ter lançado luz sobre mais esta 'liquidação de fim-de-semana' [caso Banif], é com perturbação e alarme que a opinião pública tem assistido, nos últimos dias, à profusão de notícias e comentários que ainda lançam mais dúvidas sobre a transparência dessa operação", acrescentou.

A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos – incluindo 'tóxicos' – para uma nova sociedade veículo.

No total, e tendo em conta os valores até agora conhecidos e retirando o valor pago pelo Santander Totta, o resgate ao Banif pode custar ao Estado - e, logo, aos contribuintes - até 3700 milhões de euros.

Cândido Ferreira começou o dia com uma visita à baixa de Albufeira, zona que sofreu com as cheias provocadas pelo mau tempo verificado a 1 de Novembro, depois deslocou-se ao Centro de Saúde de Lagos e esta tarde vai visitar o Hospital de Faro.

O candidato insurgiu-se contra a falta de meios de saúde no Algarve, região que considera ser "a periferia de Portugal", e principalmente no barlavento algarvio, onde está a haver um "esvaziamento de cuidados hospitalares.

Finalmente, Cândido Ferreira referiu que, "obviamente, seria bom haver uma segunda volta das eleições presidenciais", e não tem dúvidas em afirmar que terá "100 % de possibilidades de ganhar, se lá for [à segunda volta]".

Cândido Ferreira tem 66 anos e foi presidente da Federação de Leiria do PS, mas a sua candidatura não conta com o apoio expresso de qualquer partido.

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