Dizem alguns textos publicados pela Comunicação Social (“Se as redes sociais decidissem, Paulo Morais seria o próximo Presidente”) que o candidato Paulo de Morais é o preferido dos internautas e que, se fosse a vontade de quem anda nas redes sociais a decidir, então o Palácio de Belém já tinha inquilino. Goste-se ou não do flamejante discurso anti-corrupção do candidato Paulo de Morais, o certo é que a mensagem está a passar, pelo menos para os utilizadores do Facebook.
Ao que rezam os números mais recentes, Paulo de Morais já ultrapassou os 47 mil seguidores, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa ainda não chega aos 28 mil… Só que a página de Marcelo no Facebook aos fãs pertence; não foi criada e não é gerida pelo próprio. Vamos ver o que dizem as sondagens e, depois, decidem os votos.
Ora, isto de ter muitos seguidores numa ferramenta de contacto social como o Facebook até tem que se lhe diga e pode dar sinais contraditórios. Vejamos, por exemplo, o caso da eleição de um deputado à Assembleia da República por parte do Pessoas, Animais e Natureza (PAN), que, na minha opinião, aconteceu à custa da pandemia das partilhas no Facebook dos vídeos e imagens de gatinhos e cãezinhos “fofinhos”. Isto apesar de o PAN ter pouco mais do que 87 mil seguidores na sua página oficial, já com longos meses “no terreno”. Paulo de Morais até pode ser adepto de cães e de gatos, mas guarda essa informação.
Já agora, aproveitem os leitores deste texto para ficarem a saber os nomes dos mandatários e os contactos das respectivas candidaturas, alojados no site da Comissão Nacional de Eleições.
Gerir informação para ser publicada nas redes sociais não é assim tão simples como pode parecer. É um terreno deveras pantanoso, por ser de livre acesso (ainda bem!) e facilmente manipulável (um senão, entre vários), logo, exige elevadas doses de criatividade, de interactividade, o que os candidatos ou as suas máquinas estão longe de conseguir, e de muita atenção às armadilhas que podem surgir.
Se o Facebook mandasse, Paulo de Morais estava eleito, o PAN teria mais um ou dois deputados, Cavaco Silva já tinha saído de Belém há muito, o português do Brasil seria a nossa língua materna, Jorge Jesus tinha um livro de anedotas, íamos todos passar férias a sítios do outro mundo, havia paz e harmonia, os desabafos eram todos sinceros e os “best friends forever” (amigos para sempre) eram mesmo.