Ministro da saúde disponível para analisar com autarcas sobre novo hospital no Oeste

Adalberto Campos Fernandes considera incompreensível as dificuldades que existem à volta da Grande Lisboa.

Foto
A situação é condenada pelos sindicatos médicos, que, ainda assim, não se mostram surpreendidos Enric Vives-Rubio

O ministro da saúde, Adalberto Campos Fernandes, mostrou esta sexta-feira disponibilidade para reunir com os autarcas sobre a necessidade de construção de um novo hospital para o Centro Hospitalar do Oeste (CHO), por ser uma prioridade na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Em declarações aos jornalistas, o ministro mostrou abertura para se sentar à mesa com os autarcas do Oeste, não fazendo, no entanto, promessas, uma vez que, “num quadro de restrição financeira, é necessário definir prioridades”.

Ainda assim, admitiu que “o Oeste é uma prioridade, assim como tudo o que está à volta da Grande Lisboa” e disse que é “incompreensível que, a 50 quilómetros de Lisboa, existam as dificuldades que existem”.

Durante o seu discurso, o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Bernardes, do Partido Socialista, afirmou que, na reunião de quinta-feira do conselho executivo, a Comunidade Intermunicipal do Oeste decidiu pedir ao governante uma reunião a propósito da construção de novas instalações.

Além do hospital de Peniche, com uma urgência básica, o CHO possui dois hospitais, um em Caldas da Rainha e outro em Torres Vedras, ambos com urgências médico-cirúrgicas. Ambos têm problemas de espaço e não têm possibilidade de expansão das suas instalações, além de o de Torres Vedras funcionar em instalações da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras.

O CHO serve hoje 293 mil habitantes dos concelhos de Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche, Torres Vedras e parte de Alcobaça e de Mafra.

A USF Santa Cruz (Unidade de Saúde Familiar), composta por quatro médicos e quatro enfermeiros, é a primeira a ser criada no concelho de Torres Vedras fora da cidade. Abrange cerca de nove mil utentes das extensões de saúde da Silveira (sete mil utentes) e da Ponte do Rol (1500). Em ambas as unidades não existe falta de médicos, depois de em Setembro terem sido colocados três profissionais na Silveira, já com a criação da USF em vista.

Porém, face ao aumento sucessivo de utentes no litoral do concelho, o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul espera vir a colocar no futuro um outro médico, uma vez que um dos quatro tem menos horas de consulta disponíveis para estar também a coordenar o internado de médicos recém-licenciados.

Esta USF representa cerca de 12% dos utentes de todo o concelho, cerca de 70 mil dos 80 mil habitantes existentes, de acordo com os últimos Censos.

A USF junta-se a outras sete existentes no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Sul, que serve cerca de 197 mil utentes dos concelhos do Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, dos quais cerca de 48 mil estão sem médico de família, disse o director do ACES.

Nesse sentido, são precisos mais 20 médicos e 40 enfermeiros, que deverão ser colocados nos próximos anos, para poder criar outras USF na Lourinhã, A-dos-Cunhados e Maceira, Ventosa, São Pedro da Cadeira, Freiria, no concelho de Torres Vedras, e Mafra.