Cerca de 60% dos activos do Banif que passaram para o Naviget são imóveis
Veículo criado na esfera do Fundo de Resolução tem também participações em empresas como a Ascendi.
Cerca de 60% dos activos do Banif que passaram para o veículo criado na esfera do Fundo de Resolução são imóveis, de acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO.
A exposição do Naviget ao sector imobiliário é feita directamente, através da detenção de casas ou prédios, por exemplo, como também através de fundos de investimento. De acordo com dados do Banco de Portugal, entre os activos rejeitados pelo Santander Totta, e que foram transmitidos para este veículo, estão o Banif Imopredial, um fundo de investimento imobiliário aberto, e o Citation, fundo de investimento imobiliário aberto.
A criação do Naviget implicou um esforço financeiro de 746 milhões de euros, pago ao Banif (no processo de compra do Santander Totta) em troca desses activos. De acordo com o Governo, o valor inicial desses activos era 2170 milhões de euros, mas Bruxelas impôs desde logo um corte de 66% ao valor de balanço.
Neste momento, o cenário desenhado por Bruxelas pressupõe uma perda estimada de 422 milhões de euros na venda por parte do veículo, ou seja, que o encaixe global na alienação destes activos será apenas de 324 milhões de euros. OS 422 milhões já estão imputados como responsabilidade do Fundo de Resolução, mas ainda como perda potencial. E, caso não se consiga chegar aos 324 milhões, mais perdas haverá, a somar ao valor global.
O Naviget, além dos imóveis, tem ainda parte da Açoreana Seguros, uma participação no Vallis (fundo dedicado à recuperação de empresas de construção, com o apoio da banca), bem como acções da Fomentinvest ou da Ascendi.
Depois, há o Banif Bank, de Malta, cuja venda já estava em curso antes da resolução e que deverá render a primeira quantia ao Naviget, valendo 18 milhões. De acordo com a Lusa, a Naviget abriu um programa de rescisões a que podem concorrer os 500 trabalhadores do Banif que foram transferidos.