Manuel Clemente lembra refugiados e dever de solidariedade

Cardeal-patriarca de Lisboa defende que crise dos migrantes na Europa implica resolução dos conflitos nos países de origem.

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Manuel Clemente ANDREAS SOLARO/AFP

Na primeira mensagem de Natal que proferiu desde que é cardeal, Manuel Clemente fez questão de lembrar os refugiados dos países em guerra e o dever de todos na melhoria das suas condições de vida.

“Há muitas pessoas por esse mundo que são particularmente atingidas por conflitos de toda a ordem, queremos estar com eles, também envolvidos e comprometidos na melhoria das condições que lhes permitam viver em paz, em segurança e olhar por si e pelos seus”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa, na tradicional mensagem transmitida na RTP1, na noite de quinta-feira.

Evocando Jesus Cristo, também ele um refugiado no Egipto “para fugir a uma perseguição”, quando era ainda uma criança, Manuel Clemente disse que a sua referência numa “noite santa” serve para comprovar “como a humanidade pode, e deve, crescer em solidariedade e em companhia”.

O cardeal-patriarca de Lisboa apelou ao “empenhamento solidário”, lembrando outros 'refugiados': familiares ou vizinhos que procuram ajuda e não a têm.

“Nem sempre são os que vêm de longe que devemos considerar refugiados, porque há muita gente, às vezes perto de nós, não sei se nas nossas próprias famílias, na nossa vizinhança, que também procura refúgio, companhia, conforto, e que não o encontra por variadíssimas circunstâncias da sua vida”, assinalou.

Na sua mensagem, Manuel Clemente citou o papa Francisco para recordar que a crise dos migrantes na Europa é um problema que exige “a melhor solução”, que “toca a todos”, que representa “partilha de valores e crescimento mútuo” e implica “empenhamento da sociedade” na resolução dos conflitos nos países de origem, como a Síria, o Afeganistão, o Iraque, ou a Eritreia.

Manuel Clemente foi nomeado patriarca de Lisboa a 18 de Maio de 2013 e designado cardeal em Fevereiro de 2015.