É preciso contextualizar

Fora do contexto, certas palavras, frases ou expressões podem ser confundidas ou até mal entendidas e interpretadas

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Olichel/Pixabay

É preciso contextualizar, dar a entender em que meio estamos, porque dizemos e como fazemos. Tudo tem um contexto, tudo está inserido num panorama e num cenário de espaço e tempo. É aquilo que envolve algo ou alguém. De certa forma, tudo está encadeado num discurso e ligado entre as partes de um todo.

Fora do contexto, certas palavras, frases ou expressões podem ser confundidas ou até mal entendidas e interpretadas. Numa conversa entre duas raparigas, ouvir a frase "foi muito pior que bala de canhão" enquanto se riem uma para a outra com um ar comprometedor pode levar a pessoa a entender a mensagem errada. Se soubermos que falam da música do "Jajão", a coisa pode passar. A chamada de atenção: "temos que ir comprar álcool", na voz de um jovem para outro não choca. Pode tratar-se de um simples conselho de que a noite vai ser animada e é preciso começar os preparativos. A mesma frase na boca de um idoso pode ser mal interpretada. Porque o velho ou é um bêbado do pior ou simplesmente cortou-se num dedo e precisa desinfectar. É preciso contextualizar.

"Doía" e "engoli" são palavras perigosas na boca de uma adolescente. Mas porque é que se tem que tratar logo de uma miúda "saída da casca" e não de uma rapariga que sofria de amigdalite e se medicou? É preciso contextualizar. Uma mãe conservadora ouvir o filho dizer para o amigo: "foi a noite toda a martelar e ela não se queixou" pode resultar numa discussão séria e numa profunda decepção para a progenitora. Não se lembra que o seu filho mudou de casa, foi comprar estantes ao IKEA e a vizinha é carrancuda? Calma minha senhora, o seu filho não tem assim tanto sucesso com as mulheres. É preciso contextualizar.

Se no meio de uma conversa de homens, a namorada liga e já atendemos quando ainda estamos a terminar a frase para os amigos: "Era tão boa, tão boa....TOU?" o caos está instalado. Serão semanas e semanas até provarmos que comentávamos a bolonhesa confeccionada pelo amigo e não a melhor amiga dela. Nunca se esqueçam: é preciso contextualizar.

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