Leilão da biblioteca do realizador Paulo Rocha rendeu cerca de 25.000 euros

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Paulo Rocha morreu em 2012 Paulo Ricca

O leilão da biblioteca pessoal do realizador Paulo Rocha, realizado esta semana, no Porto, rendeu cerca de 25 mil euros, disse à agência Lusa fonte da leiloeira.

Por decisão da família, a biblioteca do realizador, falecido em 2012, foi a leilão, apresentando livros sobre História, cinema, literatura e arte, primeiras edições e obras raras, ultrapassando os mil volumes, repartidos por lotes avaliados no total em cerca de 20 mil euros.

De acordo com fonte da leiloeira, alguns dos livros adquiridos ultrapassaram as expectativas de vendas: os quatro volumes de Décadas da Ásia, de João de Barros, com data de edição do século XVII, foram leiloados por 1500 euros, e um livro de Pierre Surirey de Saint-Rémy sobre artilharia, também do século XVII, subiu aos 1.100 euros.

Paulo Rocha, que morreu a 29 de Dezembro de 2012, aos 77 anos, deixou em testamento à Cinemateca o espólio relacionado com cinema, tendo sido agora leiloada a biblioteca pessoal, que incluía, por exemplo, uma edição de Os Lusíadas em japonês, várias obras de Wenceslau de Moraes, primeiras edições de Raul Brandão e romances de Nuno Bragança, estes autografadas para o cineasta.

Numa edição de A noite e o riso, Nuno Bragança escreveu na dedicatória "Ao Paulo Rocha a quem os Verdes Anos mudaram a vida".

Paulo Rocha é considerado um dos nomes mais importantes do cinema novo português, inaugurado com Os Verdes Anos (1963), com argumento de Nuno Bragança, e com Mudar de Vida (1966).

O realizador estudou Direito, em Lisboa, e cinema, em França, onde obteve um diploma de realização. Foi assistente do francês Jean Renoir e de Manoel Oliveira. Foi ainda director do Centro Português de Cinema, na década de 1970, e adido cultural em Tóquio, já depois do 25 de Abril de 1974.

Antes de morrer, Paulo Rocha deixou completa a longa-metragem Se eu fosse ladrão... roubava, que teve estreia mundial em Locarno, em agosto de 2013.