Facebook anuncia alterações à sua política de “nome verdadeiro”
Rede social actualiza forma de denunciar um alegado perfil falso e de verificar a identidade de um utilizador.
Ter uma conta no Facebook prevê que o nome no registo seja de facto aquele pelo qual o utilizador é conhecido entre família e amigos. Mas é sabido que existem perfis falsos na rede social, muito pela condição de anonimato que permitem, e a empresa quer reforçar a política contra estes casos. Para isso, anunciou novos procedimentos para potenciar a verificação da veracidade dos nomes.
“O nome que utilizares deverá ser o teu nome verdadeiro, conforme aparece no teu cartão de crédito, na tua carta de condução ou no teu cartão de estudante”. Esta é uma das principais regras do Facebook para a utilização do seu site. Com base nesta política, a rede social decidiu rever as suas normas.
Num post publicado no seu blogue, o Facebook explica que tem dois objectivos: reduzir o número de pessoas a quem é pedida a confirmação do nome, quando o seu histórico mostra que usam a identificação pela qual são conhecidas; e facilitar a forma de confirmar o nome, caso seja necessário. A essas pessoas será dada a opção de explicarem a utilização de um outro nome que não o seu por questões de abuso, perseguição ou bullying, ou ainda com base na sua orientação sexual ou género.
Nesse sentido, a rede social criou uma nova forma de verificação de nome, com o utilizador a ter que indicar informação adicional quando denuncia uma conta por considerar que essa é falsa. Até agora, bastava denunciar o caso e o perfil era apagado caso se verificassem as suspeitas. A partir deste momento, quem apresenta a queixa terá de passar por vários passos e ser mais específico sobre o que levou à denúncia. Por sua vez, os utilizadores têm sete dias para aceder ao seu perfil enquanto a denúncia é analisada. Esta medida parece ser uma resposta às críticas feitas por alguns utilizadores de que ao serem apontados como tendo um perfil sob um nome falso estão, muitas vezes, a ser alvo de bullying ou perseguição online.
Por outro lado, a empresa vai avançar com uma ferramenta para que um utilizador faculte mais informação caso lhe sejam solicitados dados adicionais para a verificação do seu nome. “Esta informação adicional ajudará as nossas equipas de revisão a entenderem melhor as circunstâncias para que possam prestar um apoio mais personalizado”, escreve a rede social.
Estas actualizações vão ser testadas, numa primeira fase, apenas nos Estados Unidos, para versões móveis e desktop do Facebook. No início do próximo ano, a empresa vai estudar novas formas para reduzir o número de pessoas que têm de passar por uma verificação de identidade, no sentido de garantir a segurança dos que usam a rede social.
As alterações surgem quando aumentam as críticas ao Facebook sobre a sua política de “nome verdadeiro” levantadas por vítimas de abuso doméstico e pela comunidade LGTB. Ao exigir que o utilizador use o nome verdadeiro para criar uma conta, a rede social tenta impedir a utilização de nomes diferentes, como acontece com travestis ou transgéneros e vítimas de violência que tentam encobrir a sua identidade receando represálias dos seus agressores. No seu post, o Facebook parece querer responder a casos como estes. “No entanto, depois de ouvir o feedback de nossa comunidade, reconhecemos que é também importante que esta política funcione para todos, especialmente para as comunidades marginalizadas que enfrentam a discriminação."
Em Setembro do ano passado, o Facebook foi pressionado por um grupo de drag queens a rever a sua política depois de terem sido apagadas contas de algumas pessoas que se registaram com o seu nome artístico. O director de produto da empresa, Chris Cox, acabou por pedir desculpa.