Zuckerberg explica por que não deu os seus milhões a fundações
Co-fundador e CEO do Facebook decidiu doar cerca de 42 mil milhões de euros à empresa de responsabilidade limitada Iniciativa Chan Zuckerberg e não a instituições sem fins lucrativos.
Além dos elogios que Mark Zuckerberg recebeu após o anúncio de que iria doar 99% das acções do Facebook (perto de 42 mil milhões de euros) ao longo da vida à empresa de responsabilidade limitada Iniciativa Chan Zuckerberg, criada em parceria com a mulher Priscilla, o co-fundador e CEO da rede social foi confrontado com dúvidas sobre o que esteve na origem do seu mega-ataque de filantropia e possíveis fugas aos impostos. Num novo post publicado na sua conta no Facebook, Zuckerberg explica por que decidiu não doar os seus milhões a instituições sem fins lucrativos.
Após agradecimentos pela forma como foi recebido o duplo anúncio do nascimento da filha e da doação multimilionária, Zuckerberg indica quais são os seus planos para a Iniciativa Chan Zuckerberg, reforçando que as áreas que vão ser financiadas – educação, ciência, saúde, acesso online e inclusão - já fazem parte dos seus planos nos últimos cinco anos e continuarão a beneficiar de apoios.
Zuckerberg dá como exemplo o trabalho que tem desenvolvido no campo da educação e que tem recebido fundos através da organização sem fins lucrativos Startup: Education, recordando ainda a recente parceria Breakthrough Energy Coalition com outros multimilionários para reunir investimentos privados destinados à energia limpa ou ainda os contributos ao Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças para combater o ébola ou ao San Francisco General Hospital.
O CEO do Facebook reafirma que a Iniciativa Chan Zuckerberg “está estruturada como uma empresa de responsabilidade limitada e não como uma fundação tradicional”. “Isto permite-nos prosseguir a nossa missão através do financiamento de organizações sem fins lucrativos, investimentos privados e participação em debates políticos”, acrescenta no post.
Aos que acusaram o casal Zuckerberg de pretender beneficiar fiscalmente com a doação de acções e não de dinheiro, o norte-americano responde que ao transferir as acções do Facebook para uma empresa de responsabilidade limitada não tem qualquer benefício. Ganha antes “flexibilidade para executar a missão de forma mais eficiente”, escreve. “Na realidade, se transferíssemos as nossas acções para uma fundação tradicional receberíamos benefícios fiscais de imediato, mas ao usar uma empresa de responsabilidade limitada não recebemos”, reforça, acrescentando que terá que pagar impostos sobre ganhos quando as acções forem vendidas pela Iniciativa Chan Zuckerberg.
A "filantropia hacker" de Zuckerberg tem muitos likes, mas levanta dúvidas