Cineasta desigual, mas figura singularíssima no cinema europeu dos últimos cinquenta anos, Barbet Schroeder trabalha em Amnésia a evocação de um momento da sua obra, havendo uma relação expressa com More (também actualmente em cartaz, e mais conhecido pela celebérrima banda sonora dos Pink Floyd). Os ecos autobiográficos trarão eventualmente um sentido mais profundo a Amnésia, lançando a questão da memória ironicamente expressa pelo título, mas o filme tem uma certa dificuldade em encontrar um peso – é ao mesmo tempo muito “concreto” (a casa, o par central) e muito esvoaçante, como um “pequeno teatro” um tanto perdido pela ausência de um texto que pareça verdadeiramente significativo. Objecto digno, feito com óbvio amor pelos actores (sobretudo Marthe Keller), mas longe do melhor de Schroeder.
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