Mali declara estado de emergência depois de ataque jihadista

As autoridades procuram três homens, suspeitos de terem participado na operação no hotel de Bamaco.

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O Presidente do Mali pediu à população para estar vigilante Joe Penney/Reuters

O Governo do Mali decretou o estado de emergência em todo o país durante dez dias, depois do ataque de um grupo jihadista a um hotel em Bamaco, a capital do país, na sexta-feira.

Uma fonte militar disse à AFP que "pelo menos três atacantes foram mortos ou fizeram explodir cintos armadilhados", mas outros "três suspeitos que podem estar implicados no ataque" estão a ser procurados.

O sangrento ataque no hotel de Bamaco foi reivindicado pelo grupo Al-Mourabitoune, dirigido por um argelino e filiado na Al-Qaeda do Magrebe Islâmico Al-Mourabitoune. Segundo o balanço oficial, feito pelo Presidente Ibrahim Boubacar na sexta-feira à noite na televisão, morreram 19 pessoas — uma fonte militar da AFP mantém que morreram 27 pessoas.

Entre os mortos há 13 estrangeiros de cinco nacionalidades: seis russos (funcionários da companhia áerea Volga-Dnepr), três chineses (da China Railway Construction), dois belgas (um deles alto funcionários do parlamento da região Valónia-Bruxelas), uma americana e um senagalês. As restantes vítimas são cidadãos do Mali.

Pelo momento em que ocorreu, sexta-feira, uma semana depois dos ataques de Paris, e pelo alvo (um hotel frequentado por ocidentais e pela elite política do Mali), o assalto ao hotel foi relacionado com os atentados em França — o objectivo foi atingir a França, que participa na missão das Nações Unidas que combate o jihadismo na região Sahel-Sara, e mostrar que os grupos radicais islamistas continuam activos no Mali e conseguem realizar ataques de grande impacto na capital do país.

Os jihadistas do Al-Mourabitoune fizeram 170 reféns no hotel e o assalto terminou com a intervenção de uma força de intervenção maliana e francesa. Laurent Fabius, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Paris, disse que a França vai manter o seu compromisso com o combate ao jihadismo e a sua presença na força internacional no Mali.

O Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keïta, visitou este sábado o hotel assaltado e pediu "vigilância". "Esteja onde estiver no mundo, ninguém está a salvo destes bárbaros que decidiram romper com a humanidade", disse. "Estejam vigilantes, tenham cuidado", pediu.

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