Uma manta de 1915 exposta na Fábrica Alentejana de Lanifícios simboliza o centenário do edifício. São 100 anos das tradicionais mantas de Reguengos de Monsaraz, que em tempos serviram para proteger os pastores do frio enquanto guardavam os rebanhos no campo e que eram parte integrante dos enxovais da época. Actualmente, a fábrica celebra o seu aniversário com a apresentação de um documentário sobre a instituição e com o lançamento do vinho Esporão Edição Especial Manta Alentejana.

Mizette Nielsen, de nacionalidade holandesa, adquiriu a fábrica em 1976 e é a sua actual proprietária. Considera que a tradição deve ser preservada e é por isso que a empresa, especializada em tecelagem, ainda funciona com teares manuais de madeira também eles com mais de um século. Isto porque a Fábrica Alentejana de Lanifícios provém de uma mais antiga, criada nos finais do século XIX.

As cores e os padrões utilizados nas mantas estão relacionados com motivos do Alentejo, como campos floridos em tons de laranja, amarelo, vermelho e castanho. Actualmente, as tecedeiras utilizam mais de 600 padrões existentes, aliando as tendências da moda e os gostos dos clientes, sendo cada vez mais comuns produzirem-se mantas em tons fortes.

O documentário começa, precisamente, com a manta de 1915, que pertencia a um enxoval. Prolonga-se através da elaboração de um retrato cultural, social e económico da região, relatando também a revitalização das mantas e a conquista da sua reputação mundial de qualidade.

As mantas alentejanas são promovidas pelo Município de Reguengos de Monsaraz em feiras e eventos turísticos nacionais e internacionais. A fábrica recebeu em 1958 e em 1982 a medalha de ouro para melhor design e qualidade na Exposição Universal e Internacional de Bruxelas e na Feira Internacional de Têxteis em Helsínquia, respectivamente. 

A comemoração dos 100 anos decorre nas instalações da fábrica esta sexta-feira, 20 de Novembro, a partir das 18h30.