Trabalhadores da TAP aprovam em plenário uma moção contra venda da empresa

Comissão de Trabalhadores fala em "algumas irregularidades" na privatização da transportadora.

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Os cinco argelinos chegaram num voo da TAP vindo de Argel e deviam seguir para Cabo Verde Raquel Esperança (arquivo)

Os trabalhadores da TAP aprovaram esta quarta-feira em plenário uma moção contra a privatização da companhia aérea.

A moção que pede a reversão do negócio foi aprovada por larga maioria e aponta para “algumas irregularidades” na privatização da empresa, como a venda a semana passada por um Governo de gestão, ou alienação, ao consórcio Gateway, que os trabalhadores consideram que “não cumpre os requisitos da legislação europeia”, disse à Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores, José Augusto.

O plenário, que decorreu durante aproximadamente duas horas e meia, chegou a reunir 300 pessoas, segundo a Comissão de Trabalhadores. O encontro contou com a presença de deputados do Partido Comunista Português (PCP), Bloco de Esquerda e Verdes, que defendem a reversão da privatização da companhia, assim como da Associação Peço a Palavra e da central sindical CGTP.

Também em declarações à Lusa, o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, disse que houve no plenário um “consenso generalizado contra a privatização”, considerando que pela CGTP este “não é um processo encerrado” e que espera que agora “os partidos que integram maioria da Assembleia da República concretizem a promessa de reverter” o negócio.

Na quinta-feira da semana passada, a Parpública anunciou à noite a assinatura do acordo de conclusão da venda directa de 61% do capital da TAP ao consórcio Gateway.

Na sexta-feira, os novos donos da TAP - David Neeleman e Humberto Pedrosa - reuniram-se com os trabalhadores, para apresentar alguns dos planos para a transportadora.