Vespa asiática foi detectada em Vila Real e investigadores procuram formas de a combater
Será organizado um workshop sobre os perigos desta espécie e sobre formas de eliminar a ameaça
A presença da vespa asiática foi confirmada em Vila Real e os investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douto (UTAD) querem mobilizar os apicultores e a população em geral para combater a espécie vespa velutina.
O investigador especialista em apicultura, Paulo Russo Almeida afirma que, no decorrer de trabalhos no apiário da UTAD, um aluno de mestrado capturou dois exemplares de vespa que se confirmaram ser vespas asiáticas: uma rainha e uma obreira, mais especificamente. “Não há dúvida sobre a presença desta espécie em Vila Real, à semelhança de outros locais na região norte do país”, acrescenta o investigador. No distrito, a espécie foi detectada no concelho de Ribeira de Pena.
De forma a mobilizar os apicultores, a Protecção Civil e a população interessada em acções concertadas de combate a esta praga, realizar-se-á um workshop sobre “estratégias de combate à vespa velutina”, a decorrer no dia 5 de Dezembro e organizado pelo Laboratório Apícola do Departamento de Zootecnia da Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias da UTAD.
Esta espécie de vespas exerce “uma acção destrutiva sobre as colmeias de abelhas melíferas” e pode constituir perigo para a saúde pública, refere Paulo Russo Almeida para explicar a necessidade de um workshop deste género.
O workshop contará com a presença de Marco Portocarrera, conhecido como o “caçador de vespas” que fará uma demonstração sobre a construção de armadilhas selectivas para a vespa velutina, ensinando também a preparar iscos. Participarão ainda representantes da protecção civil de Vila Real e investigadores da UTAD em palestras de esclarecimento das técnicas de combate à vespa asiática.
“É importante actuar de forma concertada para minimizar os danos provocados”, sublinha a organização.
Esta espécie de vespa predadora foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004. Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011 mas a situação só se agravou a partir do final do ano seguinte. Viana do Castelo é o concelho com maior número de casos registados, tendo sido sinalizados, em dois anos, 619 ninhos de vespa velutina e mais de 400 foram destruídos.