Forum para a Competitividade e Empresas Familiares contra governo PS

As duas associações ouvidas esta sexta-feira de manhã por Cavaco Silva divergem na preferência da solução a encontrar pelo Presidente: a primeira prefere um governo de gestão, a segunda aconselha um governo de iniciativa presidencial.

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A Flash mob será à frente do Palácio de Belém PÚBLICO/Arquivo

A residência oficial do Presidência da República continuou esta sexta-feira a ser palco de fortes reacções negativas à formação de um Governo do PS suportado pelos partidos à sua esquerda. Desta feita, tanto o Forum para a Competitividade como a Associação das Empresas Familiares apresentaram a Cavaco Silva a sua preferência por outras soluções: um governo de gestão, no primeiro caso, um governo de iniciativa presidencial no segundo.

À saída da audiência, Pedro Ferraz da Costa, em representação do Forum para a Competitividade, defendeu a manutenção do actual Governo em gestão até que o país possa organizar de novo eleições Legislativas. “Há uma parte da população que acha, e com razão, que não foi confrontada com esta solução de uma frente de esquerda”, disse Ferraz da Costa para sustentar a realização de “eleições clarificadoras” que permitisse escolher entre a coligação e uma “frente de esquerda que quer instalar em Portugal uma economia socialista”.

Por isso, a opção preferível era, nos próximos tempos, manter um Governo de Gestão. “Não nos parece que possa haver uma clarificação sem haver eleições, até lá...”, disse quando questionado sobre essa possibilidade.

 Ferraz da Costa sustentou que a economia está a dar sinais de recuperação, sustentada pela aposta das empresas portuguesas na exportação e pelos primeiros indicadores de investimento estrangeiro a caminho de Portugal. E que esses sinais estão agora em risco. “Não podemos deixar de referir que transmitimos ao Presidente uma perspectiva em termos de futuro que passa mais pela inversão da política económica”, disse. Depois de afirmar não ter visto qualquer sinal de apreço no PS, BE e PCP por esse esforço, Ferraz da Costa criticou o “insistir na política estafada do crescimento do consumo interno”.

Já o presidente da Associação de Empresas Familiares, Peter Villax, confirmou, depois do encontro com o Presidente da República, ter debatido os “dois cenários possíveis” que Cavaco Silva tinha perante si. Mas nas considerações que fez foi notória a forma crítica como encarava um Executivo de António Costa. De fora deixou a possibilidade de um Governo de gestão, ao mesmo tempo que exigiu que, "muito rapidamente, o próximo ministro das Finanças venha dar confiança".

Mas nas considerações que fez foi notória a forma crítica como encarava um Executivo de António Costa. “Sem sector privado não há recuperação económica”, frisou. E, pegando nas “posições conjuntas” assinadas pelos partidos da esquerda que suportariam esse Executivo, Peter Villax fez notar que não existia qualquer indicação sobre quais “vão ser as políticas económicas” a implementar, as políticas de investimento e desenvolvimento, como se iria reduzir o desemprego e assumiu-se “precupado com a lista extensa de benefícios” acordados.

Sem explicação sobre como estes “benefícios sociais serão financiados”, Villax alertou para o risco de virem a ser pagos com a “almofada financeira” de oito mil milhões de euros que o anterior Governo havia “prudentemente amealhado”. E levantou a suspeita de que se queira “passar de uma política de formiga para uma política de cigarra”.

A associação fez depois circular um comunicado onde tornava mais explícita as vantagens e desvantagens de um Governo de iniciativa presidencial e de um Governo do PS. Neste último cenário, encontrava apenas um ponto a favor. “Os documentos de posição conjunta não contêm quaisquer exigências ministeriais para o BE e PCP. Esse é um facto que consideramos positivo”. Já sobre o Governo de iniciativa presidencial, o comunicado referia o “mérito de afastar do poder forças que sempre se manifestaram contra as políticas essenciais sobre as quais o nosso regime  se baseia”.

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