Protecção Civil sem condições para fazer busca e salvamento aéreo
A ANPC não quis adiantar por que é que estas operações continuam suspensas. Vários responsáveis da estrutura operacional dizem que é por problemas no equipamento.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) deixou temporariamente de fazer missões de busca e salvamento com os helicópteros Kamov, que têm sido usados para este tipo de operação. A informação é confirmada ao PÚBLICO pela ANPC, que não esclarece por que motivos a protecção civil não está a fazer actualmente estas missões.
Numa resposta enviada por email, a ANPC diz que deixou de fazer busca e salvamento “desde Março, inicialmente por causa do processo de transição de empresa responsável pela operação e manutenção e, posteriormente, devido à entrada em vigência do dispositivo de combate aos incêndios florestais, durante o qual os meios apenas executam missões de combate a fogos florestais”. Nenhum dos motivos se mantém neste momento, no entanto, a ANPC não quis adiantar por que é que estas operações continuam suspensas.
Vários responsáveis da estrutura operacional da autoridade referiram ao PÚBLICO que o impedimento existente relaciona-se com deficiências no equipamento usado para este tipo de missões, nomeadamente os guinchos que permitem fazer descer ou subir pessoas, um problema detectado já depois do fim da fase Charlie, que acabou a 30 de Setembro.
Neste momento, segundo a ANPC, há três helicópteros Kamov a operar, dois dos quais 24 horas por dia. Os dois aparelhos que estão parados à espera de arranjo ainda não têm o orçamento aprovado. O terceiro ficou substancialmente danificado num acidente ocorrido em Setembro de 2012, nunca mais tendo voado depois disso.
A Força Aérea, a entidade que assegura a maioria das missões de busca e salvamento, desvaloriza a indisponibilidade da ANPC, sublinhando que a protecção civil só faz “muito raramente” este tipo de serviço. "A ausência dos meios da protecção civil não é inóqua, mas temos helicópteros necessários para assegurar esta missão", garante o porta-voz da Força Aérea, Rui Roque, que lembra que a Marinha também tem meios para fazer operações deste tipo.