Nos próximos quatro meses vão chegar à Europa, vindas da Turquia, mais 600 mil pessoas, diz um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Outro documento, da Comissão Europeia, estima que entre 2015 e 2017 entrem na União Europeia três milhões de pessoas que fogem de guerras nos seus países.

"Entre Novembro de 2015 e Fevereiro de 2016, o ACNUR antecipa que cerca de cinco mil pessoas cheguem [à Europa] a partir da Turquia, elevando para um total de 600 mil as pessoas que vão chegar à Croácia, Grécia, Sérvia, Eslováquia e antiga república jugoslava da Macedónia", diz o relatório feito pelo ACNUR sobre as suas necessidades financeiras para este Inverno na Europa.

A Comissão Europeia, por seu lado, estima que a chegada de três milhões de pessoas à União Europeia terá um impacto positivo" no crescimento. "No total, mais três milhões de pessoas devem chegar à União Europeia" entre 2015 e 2017, escreve a Comissão num relatório de 200 páginas sobre as suas previsões económicas.

O afluxo de refugiados deve ter "um impacto no crescimento económico que será baixo mas positivo para a UE no seu todo", disse Pierre Moscovici, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, numa confereência de imprensa.

O impacto pode ser o "aumento do Produto Interno Bruto [PIB] de 0,2% para 0,3% até 20017". Esta avaliação, explicou Moscovici, já tem em conta o aumento das despesas públicas e o acréscimo de mão-de-obra no mercado de trabalho.

Os efeitos, acrescentou, vão-se notar mais nos países de acolhimento e "dependem das políticas de integração". Esta avaliação vem "combater certas ideias e reforçar a política do presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker", que tem pedido aos Estados-membros uma política de solidariedade para com os refugiados.

Além da rota entre a Turquia e a Europa, há mais rotas que estão a trazer refugiados para a UE. Esta quinta-feira, a Marinha espanhola socorreu um barco que saíra da costa líbia, com 517 pessoas, em direcção a Itália. Estão em "situação muito precária", segundo o Ministério da Defesa espanhol, citado pela AFP. Entre o grupo estão 15 crianças, duas delas bebés.

A Marinha espanhola, que participa na Operação Sophia, de luta contra o tráfico humano no Mediterrâneo, transportou o grupo para a ilha italiana de Lampedusa.