Mário Ferreira inicia recuperação de edifício emblemático do Porto para hotel
Monumental Palace Hotel representará investimento de 20 milhões de euros e deverá abrir as portas na Primavera de 2017.
Com a entrega formal do alvará de licença de obra feito pelo presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana, Álvaro Santos, ao dono da Mystic Invest, o empresário Mário Ferreira, foi dado o pontapé de saída para a abertura, na Primavera de 2017, daquele que o dono da Douro Azul acredita que vai ser rapidamente considerado como o “melhor hotel de cinco estrelas da cidade do Porto e do Norte de Portugal”: o Monumental Palace Hotel.
Num investimento de cerca de 20 milhões de euros, o projecto conta com a assinatura do gabinete de arquitectura Rodapé Arquitectos, de Audemaro Rocha, e com projecto de decoração da empresa portuense OitoemPonto, de Artur Miranda e Jacques Bec. Mário Ferreira estima a criação de 80 postos de trabalho directos, e ambiciona a devolução à cidade daquele que foi “o melhor café da Península Ibérica”, como noticiou a imprensa nos idos anos de 1930. “Era um café de referência, aberto à cidade e não exclusivo do hotel, onde residiam duas orquestras em permanecia. Nós não teremos uma orquestra, mas pelo menos um quarteto ou um quinteto de jazz está nos nossos projectos”, admitiu Mário Ferreira.
Numa altura em que estão anunciados cerca de 30 novos projectos hoteleiros na cidade (nos serviços da câmara correm 15 pedidos de licenciamento; na Sociedade de Reabilitação Urbana existem mais 14, contabilizou a Lusa, após listagens consultadas pela agência), Mário Ferreira não teme a concorrência nem a saturação do mercado.
Aliás, ele próprio tem pelo menos mais dois novos projectos hoteleiros. “Tenho feito muitos estudos de mercado que mostram que existe muita margem de crescimento, não só nas taxas de ocupação como margem para subir os preços. Tudo depende do modelo de exploração, e da forma como os players se posicionam no mercado”, afirmou o empresário.
Sobre o posicionamento de mercado do futuro Monumental Palace Hotel, Mário Ferreira não tem duvidas: será um hotel onde o “requinte, tradição e exclusividade” são as palavras-chave, e que vai aproveitar o mais possível “a inspiração e o talento” que o arquitecto Michelangelo Soá lhe imprimiu nos anos 30.
O dono da Douro Azul não foi o único a admitir que o futuro hotel servirá de referência no país para outros projectos. Também Joaquim Fitas, presidente da Soares da Costa, que ganhou o concurso para a construção, no valor de 8,3 milhões de euros, afirmou aos jornalistas que ele iria reposicionar a construtora de referência “na reabilitação de edifícios históricos em Portugal”. O gestor, no entanto, recusou-se a comentar o processo de despedimento colectivo que a empresa tem em curso.