Showroomprivé afunda na estreia em bolsa

Acções da empresa francesa de venda de roupa online caem quase 10%.

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Os responsáveis da empresa abriram simbolicamente a Bolsa de Paris Benoit Tessier/AFP

Foi um dia de decepção para os compradores iniciais das acções da Showroomprivé, uma empresa francesa de venda de roupa online que opera também em Portugal, que se estreou esta sexta-feira na Bolsa de Paris.

As acções da empresa tiveram nas primeiras horas da sessão uma queda abrupta, que chegou a ultrapassar os 13% de desvalorização. No final da sessão, as acções valiam 17,62 euros, quase 10% abaixo dos 19,50 euros que foram o preço da oferta de venda inicial.

“A oferta foi um enorme sucesso junto de investidores privados e instituições e o preço da oferta foi fixado em 19,50 euros”, disse a empresa, em comunicado. Aquele valor, contudo, é o mais baixo do intervalo de preços que a empresa tinha indicado. A oferta de venda inicial dava à Showroomprivé uma capitalização de 660 milhões de euros. No final do primeiro dia de transacções, a capitalização é de 578 milhões.

A empresa foi criada em 2006 e tem cerca de 20 milhões de utilizadores. A operação permitiu um encaixe de 256 milhões de euros, a maior parte dos quais foi para os fundadores e outros investidores iniciais.

A recepção fraca dos investidores às acções da empresa acontece na mesma semana em que outra startup francesa desistiu dos planos de entrar em bolsa. O Deezer, um serviço de transmissão de música concorrente do Spotify, tinha anunciado no final de Setembro a intenção de ser uma empresa cotada, mas acabou a fazer marcha atrás e optou por procurar outras formas de financiamento.

O Deezer justificou a decisão com condições de mercado difíceis, mas o prospecto da empresa revelou indicadores que levaram a dúvidas sobre a capacidade de concorrer com o líder Spotify e com o mais recente Apple Music. A empresa, por exemplo, comunicou que dos 6,3 milhões de assinantes, 3,8 milhões tinham recebido o serviço como parte de um pacote (tipicamente de telecomunicações) e eram utilizadores inactivos.

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