Estado Islâmico fez explodir colunas de Palmira com prisioneiros atados a elas
Uma fonte no local disse à AFP que o objectivo dos jihadistas foi "chamar a atenção dos media".
Militantes do Estado Islâmico mataram três pessoas em Palmira atando-as às colunas desta cidade da Antiguidade na Síria e, depois, fazendo-as explodir. Os crimes foram cometidos no domingo, mas foram denunciados esta terça-feira pelas fontes no terreno, que são citadas pela BBC.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização com sede em Londres (Reino Unido), mas que tem uma rede de activistas no terreno, os três detidos do Estado Islâmico – grupo radical islamista que fundou um autodenominado califado no território que controla na Síria e no Iraque – foram atados às colunas, que foram, depois, destruídas com explosivos.
Um activista em Palmira, Khaled al-Homsi, disse à AFP que os jihadistas não revelaram ainda o nome das vítimas nem os motivos por que foram mortos. "Ninguém viu [a execução]. As colunas foram destruídas e [o Estado Islâmico] impediu que as pessoas fossem ao local", disse esta fonte. Outro activista, Mohammed al-Ayed, disse que o grupo islamista radical decidiu "fazer isto para chamar a atenção dos media".
O Observatório acredita que, desde que o grupo conquistou a cidade histórica síria, em Maio, foi a primeira vez que realizou execuções desta forma. Porém, no local, foram executados 25 soldados sírios, que provavelmente estavam na cidade de Tadmur, nas proximidades do local histórico que, antes da guerra na Síria, que começou em 2011, era visitado por 150 mil turistas anualmente. Ali também decapitaram o arqueólogo Khaled al-Asaad, que dirigiu o sítio arqueológico durante 40 anos.
O EI destruiu dois templos com dois mil anos na cidade histórica, assim como o arco e as torres funerárias de Palmira, um dos grandes centros culturais do Mundo Antigo, com arquitectura dos séculos I e II, que mistura influências gregas, romanas e persas. O argumento dos jihadistas é ser um local de idolatria. As Nações Unidas consideraram que a destruição deste património histórico constitui um crime contra a humanidade.