Museu da Rádio em Alcobaça contará com mais de 5000 peças

A aquisição do espaço e da colecção já foi feita, só falta assinar a escritura definitiva.

O espólio da Colecção Madeira Neves tem 5331 objectos.
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O espólio da Colecção Madeira Neves tem 5331 objectos. Câmara Municipal de Alcobaça
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Câmara Municipal de Alcobaça
Fachada do edifício que albergará o Museu da Rádio.
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Fachada do edifício que albergará o Museu da Rádio. Câmara Municipal de Alcobaça

A primeira contabilização do espólio de Madeira Neves, em 2009, registava 847 objectos relacionados com a radiodifusão e telecomunicações, mas uma nova investigação desenvolvida pelo Serviço de Museologia da Câmara Municipal de Alcobaça identificou 5331 objectos, entre eles 414 rádios, 125 telefones, 287 microfones, 1104 discos de vinil e 42 fonógrafos. “A nossa colecção é seguramente uma das mais valiosas e queremos partilhá-la com o público”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Paulo Inácio, referindo que se prevê que o Museu da Rádio entre em funcionamento em 2016.

A aquisição do espólio foi feita pela Câmara de Alcobaça, em 2009, tendo já em vista a criação do museu. A colecção pertencia ao falecido coleccionador José Madeira Neves, natural da localidade de Cela, uma freguesia do concelho. No valor de 131 mil euros, o espólio conta ainda com 587 microfones, 151 gravadores, 407 discos metálicos, 67 discos perfurados, 13 gramofones e 83 rádios transmissores, segundo dados revelados ao PÚBLICO.

A escritura do contrato-promessa para aquisição do novo espaço para o Museu da Rádio foi assinada a 5 de Outubro pelo presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Paulo Inácio. O presidente revela que este contrato teve como objectivo “a aquisição de cinco lojas, quatro no rés-do-chão e uma na cave, localizadas nos antigos armazéns Vazão”, na rua Araújo Guimarães, o local escolhido para a exposição do espólio da “Colecção Madeira Neves – Casa das Máquinas Falantes”. O Museu da Rádio de Alcobaça estará, assim, instalado no centro da cidade, a 100 metros do Mosteiro de Alcobaça, reconhecido como Património da Humanidade pela UNESCO. A compra destas lojas representa um investimento inicial de 280 mil euros e “a escritura definitiva será assinada até ao final do ano”, afirma Paulo Inácio.

Apesar de o museu alojar unicamente o espólio de Madeira Neves, a colecção não se cinge “apenas a aparelhos radiofónicos domésticos”, visto que também terá “objectos de carácter técnico associados aos primórdios do som e das telecomunicações”, ressalva o autarca. Um dos objectivos deste museu é “mostrar como a tecnologia da rádio emergiu e evoluiu”, diz o autarca.

Para além da aquisição do espaço e do espólio de Madeira Neves, houve também uma fase de inventariação e documentação, recentemente concluída. Agora, “a colecção está sujeita a um trabalho de conservação e restauro efectuado por uma equipa de especialistas, refere o presidente da Câmara, acrescentando que a colecção tem “peças que remontam aos séculos XIX e XX”, nomeadamente algumas patenteadas que vão de Nikola Tesla a Thomas Edison.

O próximo passo depois da aquisição do espaço é transladar a colecção para os armazéns e dar início ao “programa museológico e à projecção do espaço”, que será “um pólo de atracção cultural e turístico e potenciador da economia local”, diz Paulo Inácio, considerando que o Museu da Rádio de Alcobaça será “um dos mais importantes museus do género a nível nacional, com uma perspectiva moderna e interactiva”.

Texto editado por Ana Fernandes

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