Nova casa do Museu da Indústria será no antigo Matadouro Industrial do Porto
Rui Moreira não avança com qualquer data para a instalação, até porque o Matadouro terá de ter obras para poder receber o novo ocupante.
O Museu da Indústria vai reabrir e a sua nova casa será o antigo Matadouro Industrial do Porto, em Campanhã. A novidade foi dada, na manhã desta terça-feira, pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, durante a reunião do executivo. O autarca não avança, contudo, com prazos.
Desde 2006 que o espólio do Museu da Ciência e Indústria está longe dos olhos do público. Retirado da antiga fábrica das Moagens Harmonia, para que aí nascesse uma Pousada de Portugal (que também ocupa o Palácio do Freixo), o espólio do museu está há anos encerrado num armazém da freguesia de Ramalde, sem que tenha sido possível encontrar uma solução.
Agora, segundo Rui Moreira, o espólio será “doado à câmara”, pelo que decorre, neste momento, o processo de identificação dos proprietários de todos os bens do museu, para que eles autorizem a cedência destes artigos ao município. O autarca não quis adiantar qualquer prazo para a instalação do museu no antigo Matadouro, mas confirmou ao PÚBLICO que este edifício, devoluto durante vários anos, irá necessitar de obras antes de poder receber qualquer ocupação permanente.
Rui Moreira frisou também que a instalação do Museu da Indústria no antigo Matadouro é apenas uma das funções que este edifício central de Campanhã irá ter no futuro. “A nossa vontade é que o Museu da Indústria seja devolvido à cidade e que seja instalado no Matadouro, no âmbito do projecto mais vasto que estamos a delinear para lá”, disse.
O autarca respondia o vereador da CDU, Pedro Carvalho, que o questionou sobre o que pretendia fazer com o espólio do museu. Na semana passada, o vereador e outros membros do PCP estiveram junto ao armazém onde está guardado o acervo do museu, anunciando que iria levar este tema a reunião de câmara. Depois de ouvir Rui Moreira, o vereador da CDU manifestou “agrado” com a intenção manifestada pelo presidente, deixando um desejo: “Esperamos que [a reabertura] aconteça ainda durante este mandato”.
O Museu da Ciência e Indústria fechou ao público em 2006 e, em Novembro de 2010, o município e a Associação Empresarial de Portugal (AEP) anunciaram a extinção da Associação do Museu da Ciência e Indústria, que ambos detinham e que era a responsável pela gestão do acervo. Na altura, o motivo apresentado para esta decisão foi a falta de recursos financeiros, mas o PS, que estava na oposição, não se conformou com o fim do museu e pediu ao então presidente da câmara, Rui Rio, que o deixasse tentar encontrar uma solução. O autarca aceitou e em Abril de 2011 foi constituída a Associação Promotora do Museu da Ciência e Indústria (AMIC) que, durante cerca de um ano, tentou encontrar, sem sucesso, um espaço e apoios financeiros para reabrir o museu. Em Junho de 2012, em assembleia geral, a AMIC “suspendeu a actividade” e apesar de existir a intenção de se criar “um grupo de trabalho”, para tentar encontrar novas soluções em seis meses, não foram encontradas alternativas viáveis.
O acervo passou, por isso, para as mãos da comissão liquidatária, e chegou a aventar-se a hipótese de ele ser dividido por diferentes municípios, apesar de a solução preferencial sempre ter sido a de o manter num único local.
Na reunião do executivo desta terça-feira, o vereador do Ambiente, Filipe Araújo, desvendou também a localização dos primeiros seis parques infantis que a autarquia quer construir ou remodelar, ainda este ano. Em Junho, Rui Moreira anunciara que o executivo se preparava para construir 16 novos parques infantis, por toda a cidade, no prazo de dois anos. Filipe Araújo revelou agora que os primeiros seis ficarão em S. Roque (aqui existirá uma alteração do local do parque actual, que passará para mais perto da entrada do parque), na Areosa, junto à igreja, em frente ao cemitério do Prado do Repouso, no Foco e no Viso, junto à associação Asas de Ramalde. O parque do jardim da Cordoaria também vai ser "reformulado", disse o vereador, mostrando-se expectante com o facto de os novos parques se situarem em jardins, o que poderá promover a regeneração destes espaços verdes.
Filipe Araújo disse ainda que outros seis parques deverão estar concluídos "no primeiro semestre de 2016".