Aliança muçulmana acabou com a trégua do FC Porto ao Maccabi

Os “dragões” derrotaram o campeão israelita com golos de Aboubakar e Brahimi e assumiram a liderança isolada ?do Grupo G da Liga dos Campeões.

Fotogaleria
Vincent Aboubakar cabeceia para o primeiro golo da partida AFP/ MIGUEL RIOPA
Fotogaleria
Yacine Brahimi e a festa do Segundo golo portista AFP/ MIGUEL RIOPA
Fotogaleria
O portista Imbula luta nas alturas com o médio israelita Gal Alberman AFP/ MIGUEL RIOPA
Fotogaleria
Lopetegui dá instruções para o terreno de jogo: foi a 20.ª vitória consecutiva do FC Porto no Dragão REUTERS/Miguel Vidal
Fotogaleria
Com o empate sem golos em Kiev, entre o Dínamo e o Chelsea, o FC Porto é agora líder isolado do Grupo G AFP/ MIGUEL RIOPA

Durante 37 minutos, o Maccabi Telavive foi recebido no Estádio do Dragão com diplomacia e cordialidade, mas a aparente trégua dada pelo FC Porto ao campeão israelita foi quebrada por dois dos três muçulmanos que estiveram em campo: no espaço de 209 segundos, Vincent Aboubakar e Yacine Brahimi marcaram para os portistas e abriram caminho para a segunda vitória dos “dragões” na Liga dos Campeões (2-0). Com o empate sem golos em Kiev, entre o Dínamo e o Chelsea, o FC Porto é agora líder isolado do Grupo G, com sete pontos.

Sem grande desgaste e sem precisar de deslumbrar, o FC Porto deu mais um passo seguro para, no próximo dia 14 de Dezembro, estar no restrito grupo de 16 equipas que marcarão presença no sorteio dos oitavos-de-final. Apenas três dias depois de fazer a rodagem a alguns dos jogadores menos utilizados na Póvoa de Varzim, Julen Lopetegui resgatou a equipa-tipo do campeonato (Indi, que jogou no lugar do lesionado Maicon, foi a novidade), mas, perante um limitado Maccabi, nem teria sido necessário colocar em campo a artilharia pesada portista.

Formatado para atacar — em Israel tem poucos adversários à altura —, o campeão israelita confirmou no Dragão que é uma equipa com boas intenções, mas demasiado permeável defensivamente quando visita o continente Europeu para defrontar adversários com outros argumentos. Slavisa Jokanovic, treinador do Maccabi, não surpreendeu e apostou num 4x5x1, em que Eran Zahavi era o único com autorização para pisar terrenos próximos de Casillas. Mais atrás, para tentar bloquear os portistas, Jokanovic socorreu-se do conterrâneo Mitrovic, que se juntou a Alberman e Peretz, formando uma parede à frente do quarteto defensivo. A estratégia resultou durante mais de meia-hora, mas por demérito do FC Porto.

Replicando o que têm feito a nível interno quando encontram pela frente adversários teoricamente mais fracos, os “dragões” entraram no jogo com lateralizações a mais e velocidade a menos. Com Corona em dia não e 10 israelitas atrás da linha da bola, o FC Porto demorou 12 minutos para causar ligeiro perigo, por Aboubakar, e acabariam por ser os hebraicos, após um rápido contra-ataque, a causar um calafrio aos adeptos portistas: Ben Haim serpenteou entre vários adversários e, depois de entrar na área caiu, na sequência de um lance com Indi. O árbitro mandou seguir.

O susto deixou Lopetegui exasperado no banco, mas dentro do campo a tendência de jogo mantinha-se e a previsibilidade do futebol portista dava todo o tempo do mundo para os israelitas se organizarem. Depois da tímida ameaça aos 12’, os “dragões” apenas voltaram a incomodar Rajkovic aos 25’, novamente com Aboubakar como protagonista.

O avançado era, claramente, um dos que mais lutavam para terminar com a apatia “azul e branca” e, à terceira tentativa, acabou por colocar um ponto final na trégua do FC Porto ao Maccabi: aos 37’, Layún cruzou e Aboubakar, no sítio certo, cabeceou para o golo. Mais de um mês depois, o camaronês voltava a marcar e fazia o terceiro golo na prova.

A estratégia israelita sucumbia e bastaram mais três minutos e meio para os “dragões” acabarem com o jogo, novamente com Aboubakar a fazer a diferença ao efectuar uma assistência sublime para Brahimi, que fez o 2-0. Num ápice, dois dos três muçulmanos em campo acabavam com a resistência israelita — o terceiro era Martins Indi.

Com os três pontos na mão, Lopetegui aproveitou os últimos 45 minutos para gerir o plantel, já a pensar no duelo com o Sp. Braga, no domingo. Aos 54’, entraram Danilo e Tello e o espanhol, 12 minutos depois, quase ofereceu o 3-0 a Aboubakar. Houve ainda tempo para ver Casillas fazer a única defesa do jogo, aos 87’ (remate de Zahavi), mas a 20.ª vitória consecutiva do FC Porto no Dragão, algo que não acontecia há 30 anos, já estava garantida desde o minuto 41.

 

Foto
Sugerir correcção
Ler 15 comentários