Resgate de petroleiro despertou curiosidade popular em Cascais
"Não houve qualquer tipo de foco de poluição", garantiu capitão do porto. Navio deverá chegar a Setúbal, local para onde está a ser rebocado, esta segunda-feira
A operação de resgate do petroleiro que encalhou sábado junto à marina de Cascais atraiu a atenção de milhares de pessoas, que aproveitaram a tarde de domingo para assistir no local aos trabalhos.
A forte afluência de populares provocou uma enchente na marina de Cascais, com os comerciantes a tirarem partido do movimento fora do vulgar para fazerem negócio.Vários lojistas confirmaram que a facturação disparou, o mesmo tendo sucedido na restauração.
Se o resgate do petroleiro acabou por ter um efeito positivo no comércio local, também teve impacto no trânsito em Cascais. Na estrada que liga o Guincho a Cascais, e que passa pela marina, o trânsito fluía com bastante dificuldade, tendo-se acumulado uma fila de carros que se estendia por alguns quilómetros. E no centro histórico da vila a circulação também foi mais complicada do que o habitual.
Em todo o passeio marítimo, era visível uma grande quantidade de pessoas de máquina fotográfica em punho. Os turistas também aproveitaram a oportunidade para registar o momento em que o petroleiro estava a ser rebocado a curta distância da terra.
O navio está a ser rebocado até Setúbal, onde chegará segunda-feira ao final do dia, revelou o capitão do porto de Cascais, Mário Fonte Domingues. Eram 15h30 quando sete rebocadores conseguiram começar a arrastar o petroleiro. Além dos sete rebocadores, estiveram envolvidos na operação meios de combate à poluição da Autoridade Marítima e da Administração do Porto de Lisboa, um piloto da administração portuária e a estação de salva-vidas de Cascais.
No total, resumiu mesmo responsável, estiveram envolvidos 50 elementos da Autoridade Marítima, um piloto e oficiais de coordenação em terra, que acompanharam toda a operação ao longo dos dois dias. A bordo do navio esteve ainda uma equipa de salvação marítima, contratada pelo armador e pelas seguradoras, constituída por técnicos da empresa Ardent, com o objetivo de avaliar as condições do navio para preparação e reboque.
O Tokyo Spirit é um petroleiro de 274 metros e 30 mil toneladas que leva a bordo 22 tripulantes, que se recusaram a ser resgatados para poderem colaborar na operação de desencalhe. "A tripulação nunca esteve em risco", sublinhou Mário Fonte Rodrigues. Sobre eventuais perigos ambientais, o comandante sublinhou que "os riscos eram muito reduzidos" e que "não houve qualquer tipo de foco de poluição".