A ideia de fazer bonecas de pano foi o primeiro pensamento que ocorreu a Rita Alves, de 45 anos, quando recebeu de herança uma máquina de costura Singer de pedal em ferro fundido com cerca de 100 anos. “A máquina estava em muito mau estado e depois de ser restaurada, senti curiosidade em perceber como funcionava”, refere Rita Alves, que não sabia costurar e aprendeu ao ver vídeos tutoriais no Youtube e a ler manuais de costura. Depois de costurar as primeiras bonecas de pano, “a ideia de serem doadas começou a fervilhar”, confessa, explicando que pretende doar as bonecas pela altura do Natal a uma instituição social que acolhe crianças de todo o país. Ponto a ponto, nasceu o projecto A Doll for a Smile – uma boneca por um sorriso.

“Já conto com 25 bonecas e prometo fazer o máximo possível até meados de Dezembro”, diz Rita Alves, que concilia a costura com o seu trabalho como gestora no ramo hoteleiro, dedicando-se a costurar as bonecas de pano principalmente à noite. “O toque do tecido que remete muito ao conforto e à nossa infância” é, para Rita, um dos factores que torna estas bonecas de pano especiais. Também o facto de serem “manufacturadas com materiais reciclados” se torna fundamental para lhes conferir singularidade num mundo de brinquedos cada vez mais plásticos e produzidos em série. Cada boneca, de aproximadamente 40 centímetros, leva cerca de cinco horas de trabalho até ficar pronta mas Rita afirma que, pela causa a que se propôs, “não é considerado trabalho” e fá-lo por gosto.

Natural de Paços de Ferreira mas residente em Oliveira de Azeméis há mais de 20 anos, Rita Alves já promoveu outras actividades no âmbito da solidariedade: há dois anos organizou um jantar solidário e no ano passado apoiou os peregrinos a Fátima, tendo intenções de continuar a promover actividades de caridade “usando sempre a criatividade”.

O projecto A Doll for a Smile começou em Setembro, pouco depois de a mãe de Rita lhe ter oferecido a máquina de costura, pedindo-lhe que a estimasse. Espera que todas as bonecas resultem não só num sorriso “mas também em laços e afectos”.

Texto editado por Ana Fernandes