Sonae compromete-se com quota de mulheres no conselho de administração acima dos 30%
Grupo liderado por Paulo Azevedo assinou compromisso com o Governo, e junta-se a 14 cotadas que subscreveram acordo semelhante em Junho
A Sonae assinou nesta quinta-feira um compromisso com o Governo para “manter acima de 30% o nível de representação” feminina no conselho de administração.
O grupo liderado por Paulo Azevedo (e dono do PÚBLICO) junta-se, assim, a 13 cotadas que em Junho subscreveram um compromisso semelhante, numa iniciativa promovida pela Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade e pelo Ministério da Economia, na sequência de várias reuniões com dezenas das 43 cotadas do índice geral da Bolsa de Lisboa. Na lista estão organizações como a Galp, a EDP, o BCP, a Impresa, a Media Capital, a Glintt ou a Pharol.
“A Sonae considera que a presença equilibrada de mulheres e homens em lugares de decisão é um factor importante para o equilibro das organizações. Nesse sentido, tem vindo a celebrar acordos a nível internacional nesta área, tendo hoje estabelecido mais um acordo, desta vez com o Governo de Portugal”, referiu a empresa em comunicado. Metade dos postos de chefia em todo o grupo já são ocupados por mulheres e o acordo assinado agora prevê o “desenvolvimento interno” de quadros, “ao longo dos vários níveis de liderança” para que seja possível manter, no futuro, “o nível de representação no conselho de administração acima de 30%, tal como já acontece actualmente”.
O grupo, dono dos hipermercados Continente, criou também um fórum dedicado ao estudo, “definição de estratégia, intervenção e acompanhamento do género feminino”.
Os dados mais recentes mostram que, em 2014, apenas 9,7% dos membros dos conselhos de administração das empresas privadas cotadas eram mulheres (7,9% em 2013). Os números colocam Portugal ao nível de Malta ou da Estónia e muito abaixo da média da União Europeia que atinge os 19%. A presença feminina no topo é ainda menor quando o cargo é a presidência: em 2014, apenas 4,5% das cotadas tinham uma mulher como CEO. Já no sector empresarial do Estado, a proporção é maior. Entre os elementos dos conselhos de administração registou-se um aumento entre 2013 e 2014, de 21,8% para 23,1%. Do total, 9,4% dos presidentes são do sexo feminino.