Hospital de crianças do S. João avança em Novembro

Sete meses depois do primeiro-ministro ter participado no lançamento da primeira pedra, a nova unidade pediátrica do Porto tem data marcada para arancar

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Os três feridos graves foram transportados para o Hospital de S. João Foto: Paulo Ricca

As obras da nova ala pediátrica do Hospital de S. João, no Porto, um edifício com cinco pisos, vão iniciar-se a 2 de Novembro e nesse mesmo dia a Associação Humanitária "Um Lugar para o Joãozinho”, que é a responsável pela empreitada, compromete-se a pagar 600 mil euros ao consórcio construtor.

A data para o arranque da obra foi tomada, segundo revelou o presidente da associação humanitária, Pedro Arroja, esta quarta-feira, numa reunião de trabalho onde participou também o presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João, António Ferreira, e as duas construtoras. No entanto, a administração do Hospital de S. João não se compromete com nenhuma data, confirma apenas que houve uma “reunião de trabalho que correu bem” e que e as “reuniões de trabalho vão prosseguir”.

O projecto de construção da futura unidade, que será entregue ao Hospital de S. João quando estiver concluída, data de 2007, mas a verdade é que desde essa altura até agora a obra pouco avançou e a determinada altura parou mesmo devido a desentendimentos entre António Ferreira e Pedro Arroja. ”Os trabalhos feitos na altura resumem-se à desocupação do espaço para se começar a construir o hospital”, pormenoriza Arroja. Recorde-se que o lançamento da primeira pedra da nova ala pediátrica do S. João teve honras de primeiro-ministro. Foi no dia 3 de Março deste ano e Pedro Passos Coelho assistiu à cerimónia.

O presidente da Associação Humanitária "Um Lugar para o Joãozinho” revelou ao PÚBLICO que as divergências entre a associação e a administração hospitalar "estão ultrapassadas e que os trabalhos com vista à instalação de estruturas vão iniciar-se no princípio do próximo mês”. “O que aconteceu foi um choque de culturas. Este hospital é uma obra original que será paga com dinheiros exclusivamente privados e que depois de pronto será entregue a um hospital público”, explica Arroja, revelando que a “administração pública não está preparada nem regulamentada para situações destas”.

Há cerca de dois meses, a associação, o Hospital de S. João e duas construtoras assinaram um acordo para viabilizar o arranque da empreitada. Pouco depois, o Tribunal de Contas fez saber que o projecto do Joãozinho não estava sujeito a visto prévio porque a obra não envolve dinheiros públicos. Segundo o acordo celebrado em Agosto entre as três entidades, o hospital de crianças do Porto será pago integralmente através de contribuições de mecenas privados. O arranque da obra será sinalizado com o pagamento de 600 mil euros e dois meses depois, a associação compromete-se a pagar uma nova tranche de 400 mil euros, ou seja, em Janeiro de 2016. “Era esta a verba que estava contratualizada pelas duas construtoras”, disse ainda o economista.

Pedro Arroja considera que “é mais difícil pôr a obra a andar do que arranjar o resto do dinheiro para a financiar”. “A experiência que fui ganhando ao falar com mecenas privados diz-me isso e diz-me também que nos devemos concentrar nas obras boas e se assim for o dinheiro aparece”, defende.

Com cinco pisos, a nova ala pediátrica vai nascer numa zona integrada no corpo do edifício principal do Hospital de S. João e permitirá concentrar num único espaço as crianças que actualmente se encontram dispersas por diversas unidades do hospital. O prazo para a conclusão da obra é de dois anos, mas o presidente da Associação Joãozinho admite uma derrapagem de seis meses a um ano. O investimento total é de 25 milhões de euros. Pedro Arroja tem a difícil tarefa de, em dois anos no máximo três, arrecadar 24 milhões de euros junto de mecenas privados.

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