“Apenas se trouxer compras a mais é que compro”

Há ainda quem leve as compras nas mãos e quem opte pelos pequenos sacos de plástico transparentes, cedidos gratuitamente.

“Apenas se trouxer compras a mais é que compro ”, diz Cristina Morais, uma cliente, que antes já trazia um saco próprio, dos grandes. “Permitem trazer tudo e torna-se mais fácil transportar”, explica.

Paulo Lacerda, outro cliente, foi convencido pelo imposto. Antes usava os sacos de plástico oferecidos nas lojas. Agora, não. Nas idas planeadas ao hipermercado, evita comprá-los.

Paulo Lacerda exemplifica o que aparentemente tem acontecido um pouco por todo o país. Ainda guardou alguns sacos antigos para arrumar o lixo. Mas agora compra sacos específicos para esse efeito, até mesmo para a separação dos resíduos.

A opção de Lacerda segue as leis do mercado: a taxa sobre os sacos leves – dez cêntimos, IVA incluído – foi deliberadamente pensada para ser mais cara do que o custo unitário de um saco de lixo.

Ainda assim, há a percepção irónica de que só de um lado é que há um preço. Cristina Morais explica por que usa agora sacos específicos para o caixote, e não os vendidos nas caixas dos supermercados: “Não vou usar estes sacos pagos para o lixo, não é?”

Numa mercearia do Porto, a regra é vender, por cinco cêntimos, sacos mais grossos para as compras, no lugar dos mais leves, sujeitos à taxa. “Teria mais gastos se adoptasse o sistema para comunicar às Finanças”, justifica o proprietário Américo de Oliveira.

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