Marcelo apresenta hoje candidatura presidencial

O anúncio será feito às 18h, em Celorico de Basto.

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Marcelo Rebelo de Sousa Miguel Manso

Depois de muita especulação, Marcelo Rebelo de Sousa avança mesmo para Belém. No domingo, o ex-líder do PSD deixou subentendido que seria candidato, quando disse: “Está ponderado o que havia a ponderar”.

A decisão de Marcelo surge depois de o PSD e o CDS terem decidido dar liberdade de voto aos seus militantes nas eleições presidenciais de Janeiro de 2016, se houver mais do que uma candidatura. O acordo assinado quarta-feira entre PSD e CDS para formar governo fala em diálogo para apoiar uma "posição comum", e não de um “candidato comum”, como constava no pré-acordo eleitoral subscrito pelos dois partidos há meio ano.

O avanço de Marcelo retira margem de manobra a Rui Rio, que ensaia há vários meses uma candidatura presidencial. Até esta sexta-feira, o ex-presidente da Câmara do Porto mantinha a intenção de protagonizar uma candidatura a Belém, independentemente de Marcelo ir também a jogo, desde que Pedro Passos Coelho desse um sinal de que o apoiaria.

A dimensão da vitória da coligação Portugal à Frente nas eleições do domingo não dá condições a Passos para impor um candidato presidencial. O presidente do partido deixa, assim, cair Rui Rio, que poderá não arriscar uma candidatura sem o apoio do partido.

De resto, Marcelo Rebelo de Sousa é o mais bem colocado nas sondagens para dar, de novo, uma vitória à direita em Janeiro do próximo ano.

No último domingo, o PÚBLICO e a TVI divulgaram uma sondagem que colocava a então putativa candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência muito próximo da maioria absoluta logo à primeira volta, com larga vantagem sobre todos os nomes que, à esquerda e à direita, têm vindo a ser ponderados para as presidenciais de Janeiro.

Convidado a comentar o resultado desta sondagem, Marcelo, que se encontrava em directo na TVI, afirmou que não faria sentido “o comentador comentar o actor político” e reiterou que a sua decisão sobre a candidatura à Presidência da República não seria anunciada na TVI. Mas deu claramente a entender que a decisão, que prometera para depois das legislativas desse dia, estava efectivamente tomada.

"One man show"
O vice-presidente do PSD, Carlos Carreiras, um apoiante de Marcelo desde a primeira hora, regista com “grande agrado” a disponibilidade manifestada pelo professor de Direito para liderar uma candidatura à Presidência da República e acredita que ele será o sucessor de Cavaco Silva em Belém.

Para já, Carlos Carreiras afasta a participação da máquina partidária do partido na campanha de Marcelo. "O  PSD não se vai envolver na candidatura do professor", garante. Para acrescentar: "Este é o tempo correcto para a apresentação de candidaturas, mas não é o tempo para o primeiro-ministro se pronunciar sobre presidenciais, porque neste momento tem outras prioridades que exigem uma grande concentração e que têm a ver com a formação do futuro governo”, disse ao PÚBLICO o vice-presidente do PSD, esclarecendo que este é o tempo do “one man show”. A participação do partido só acontecerá mais tarde.

Um outro dirigente nacional social-democrata garante também que, nesta fase, a máquina partidária não se envolverá na candidatura até porque - diz - as presidenciais são não um problema para o partido, mas sim o Governo. "O presidente do partido não vai por a máquina do PSD à disposição de Marcelo, até porque podem surgir outras candidaturas desta área política", declara numa alusão a Rio Rio.

"O ex-presidente da Câmara do Porto terá agora de comunicar ao país a sua decisão", refere, vincando que enquanto Rio não disser o que vai fazer, o "partido ficará quieto".

Com a candidatura às presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa deixa o espaço semanal de comentário na TVI, mas marcará presença na estação de Queluz no próximo domingo para uma festa de despedida.

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