Sindicato prepara contestação aos despedimentos na Unicer

Sintab defende que a empresa tem capacidade para integrar todos os trabalhadores da fábrica de Santarém.

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A fábrica de Santarém, que vai ser encerrada, já tinha deixado de produzir cervejas em 2013 N Factos/Jorge Miguel Gonçalves

“Iremos reunir com a comissão de trabalhadores e com a estrutura sindical da empresa, reuniremos também com o Presidente da Câmara Municipal de Santarém”, para definir medidas para impedir os despedimentos, revelou um comunicado do Sintab.

O sindicato assegura que o grupo Unicer “tem capacidade de integrar todos os trabalhadores” e salienta que a empresa recebeu sete milhões de euros de apoio do último quadro comunitário.

O Sintab quer, por isso, “questionar o Ministério da Economia e a AICEP (Agência para Investimento e Comércio Externo de Portugal)” sobre a intenção da Unicer e pretende ainda debater o tema com os diversos grupos parlamentares.

Na quinta-feira a dona da Super Bock anunciou um plano de reestruturação que implica o encerramento da fábrica de Santarém e que foi justificado com a quebra de vendas a Angola. A redução no volume de negócios, “subjacente a uma quebra no mercado cervejeiro angolano de 30%”, vai ter impacto directo nas contas de 2016, explicou a Unicer, em comunicado.

A seguir a Portugal, Angola é o segundo maior cliente da empresa liderada por Rui Lopes Ferreira e vale cerca de um quarto das vendas.

“Considerando o foco nos seus negócios estratégicos e os baixos níveis de utilização da capacidade instalada em Santarém, a empresa vai recorrer a um parceiro para a produção das suas marcas de refrigerantes e, desta forma, desactivar esta sua unidade”, adiantou a Unicer.

O esclarecimento do grupo veio depois do Sintab ter divulgado a decisão de encerramento da unidade de Santarém. A Unicer adiantou que espera integrar 25 funcionários na unidade fabril que irá passar a produzir os refrigerantes e cujo nome a empresa não quis divulgar, quando questionada pelo PÚBLICO. No total serão despedidas 105 pessoas, de um grupo de 140. Cerca de 70 trabalham na fábrica de Santarém e 70 na estrutura global da cerveijeira.

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