AB InBev acena com 90 mil milhões para criar um gigante das cervejas
Empresa belga tenta mais uma vez comprar a grande rival SAB Miller e criar um gigante cervejeiro.
Citado pela AFP, Jan du Plessis, presidente da cervejeira britânica com quase 10% de quota de mercado mundial, disse já que a AB InBev subavaliou “muito substancialmente” a sua empresa, que qualifica como a “jóia da coroa da indústria cervejeira mundial”. O conselho de administração irá reunir-se para avaliar a nova oferta, depois de já ter rejeitado as duas anteriores.
Num comunicado à parte, a tabaqueira Altria (principal accionista da SABMiller e dona da Malboro), exorta o conselho de administração a “envolver-se sem demoras e de forma construtiva com a AB InBev para que cheguem a acordo sobre os termos da oferta”.
A concretizar-se, esta seria a terceira maior fusão da história, depois da da Vodafone com a Mannesmann em 1999 e da Verizon Communications e Verizon Wireless em 2013, segundo a Dealogic.
Juntas, a AB InBev e SABMiller são responsáveis pela produção de um terço da cerveja consumida no mundo.
Carlos Brito, presidente executivo da AB InBev, acredita que a combinação dos dois negócios iria “ciar a primeira cervejeira verdadeiramente global”. A própria AB InBev nasceu em 2004 da junção da brasileira Ambev e da belga Interbrew, que detinha a Stella Artois.
Estes movimentos de consolidação têm sido a estratégia do sector numa altura em que o mercado abranda, reflectindo a redução do consumo e o nascimento de novos negócios como o das cervejas artesanais e outros hábitos dos consumidores. Em Portugal, por exemplo, o consumo per capita de cerveja está nos 46 litros, o valor mais baixo dos últimos 12 anos segundo os dados de 2014 da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja.
Nesta quarta-feira, a Heineken (dona da Central de Cervejas, que produz a cerveja Sagres) também anunciou a compra de participações da Diageo em duas cervejeiras - a jamaicana Desnoes & Geddes e a GAPL, dona da Guinness Anchor Berhad, da Malásia. O negócio de 780,5 milhões de dólares incluiu a compra por parte da Diageo - a maior empresa de bebidas espirituosas do mundo – de uma participação de 20% na Guinness Ghana Breweries.