Dilma acaba com oito ministérios e reduz salário aos ministros
Remodelação serve para reforçar posição do PMDB na coligação governametal e reduzir as possibilidades de sucesso de uma destituição.
Dilma Rousseff atribuiu mais um ministério – o da Saúde – ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que é o principal parceiro de coligação no governo do Partido dos Trabalhadores, e que agora controla sete dos 31 ministérios. O objectivo desta remodelação, que estava a ser preparada desde Agosto, é reforçar a coligação para tornar mais inviáveis os cenários de destituição com que a direita brasileira acena, cada vez, mais a Dilma.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Dilma Rousseff atribuiu mais um ministério – o da Saúde – ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que é o principal parceiro de coligação no governo do Partido dos Trabalhadores, e que agora controla sete dos 31 ministérios. O objectivo desta remodelação, que estava a ser preparada desde Agosto, é reforçar a coligação para tornar mais inviáveis os cenários de destituição com que a direita brasileira acena, cada vez, mais a Dilma.
"Precisamos de estabilidade no Brasil", afirmou a Presidente.
Menos de um ano depois de ter sido reeleita, Dilma Rousseff enfrenta uma investigação sobre uma mega-rede de corrupção que mina o sistema político e empresarial brasileiro, uma recessão económica, uma enorme oposição parlamentar e contas públicas desequilibradas.
O Tribunal de Contas da União, num relatório sobre as contas públicas de 2014, emitiu um parecer em que concluiu terem existido "irregularidades graves na gestão fiscal", o que "comprometeu o equilíbrio das contas públicas", e rejeitou a defesa da Presidente para 12 dos 15 indícios de irregularidades, noticiou o jornal O Globo. O julgamento das contas foi agendado para quarta-feira, e a tendência é para ser aprovada a rejeição das contas – algo que não acontece desde 1937, diz o jornal. Mas a palavra final será dada em votação do Congresso.
A Presidente não fez alterações à sua equipa de Economia e Finanças, que se está a esforçar para controlar as despesas e o défice orçamental, para evitar continuar a receber notas negativas das agências internacionais de notação de crédito, depois de a Standard & Poor's ter decidido, no mês passado, fazer a dívida brasileira descer para o nível de "lixo".