Bombardeamento contra festa de casamento no Iémen faz 131 mortos
Coligação liderada pela Arábia Saudita que combate os rebeldes houthis negou autoria do ataque.
A coligação, liderada pela Arábia Saudita, negou a autoria do ataque, afirmando que "não realizou raides aéreos naquela região nos últimos três dias", segundo disse à AFP o seu porta-voz, o general Ahmed Al-Assiri.
Segundo a BBC, as mortes ocorreram quando um número indeterminado de mísseis atingiu duas tendas numa aldeia perto da cidade portuária de Mokha, junto ao Mar Vermelho, onde um homem ligado ao movimento rebelde houthi celebrava o seu casamento.
"Se os números forem assim tão elevados como sugerem diversos relatos, este pode ser o acto mais mortífero desde o início do conflito", disse em Genebra um porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Rupert Colville.
Evocando "o caos" que se vive no Iémen, o general Assiri sublinhou que "não é verdade que cada explosão que acontece no Iémen é provocada pela coligação" e disse que a coligação "admite sempre os seus erros".
Um responsável provincial do sector da saúde no Sudeste do Iémen declarou esta terça-feira à AFP que "o bombardeamento da festa de casamento tinha feito um total de 131 mortos", mas não referiu que se tratou de um raide aéreo. Mas vários habitantes de Mokha e a agência Saba, controlada pelos rebeldes xiitas, referem que se tratou de um bombardeamento da coligação árabe. E a agência AP citou responsáveis do exército iemenita não identificados que dizem que houve, de facto, um raide aéreo e que se tratou de "um erro".
Segundo Rupert Colville, 151 civis foram mortos no Iémen, incluindo 26 crianças e 10 mulheres, entre os dias 11 e 24 de Setembro. O conflito entre os rebeldes houthis e as forças governamentais leais ao Presidente Abd Rabbuh Mansour Hadi, já matou 2355 civis desde finais do mês de Março. No total, a guerra já fez mais de cinco mil mortos.