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Subir impostos? “Comissão Europeia está a meter-se onde não devia”, diz BE

Para Catarina Martins, Comissão gosta de “atirar a pedra e esconder a mão.” E pede que se abstenha de mais comentários e relatórios até ao dia das eleições, 4 de Outubro.

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Catarina Martins, João Semedo e Francisco Louçã Miguel Madeira

Questionada sobre o relatório da Comissão Europeia segundo o qual Portugal precisa de melhorar a sustentabilidade das finanças públicas e tem margem para aumentar impostos, Catarina Martins defendeu que “não é admissível” que a Comissão interfira na campanha.

“A Comissão Europeia não pode fazer ingerência nas decisões que são tomadas em democracia no nosso país. Há poucos dias veio dizer que o défice provocado pelo Novo Banco não era um problema para o país, agora vem dizer que há margem para aumentar os impostos no nosso país. E eu pergunto a qualquer pessoa que vive, trabalha em Portugal, que tem das maiores cargas fiscais da Europa sobre o trabalho, se acha mesmo que há margem para subir os impostos em Portugal”, disse.

Para a porta-voz do Bloco, “não é admissível que a Comissão Europeia entre nas eleições em Portugal para dizer o que se deve escolher ou fazer”. São os portugueses que o vão fazer no domingo, frisou. “No dia 4 de Outubro, os portugueses e as portuguesas escolhem o seu governo e com isso escolherão as suas opções”, defendeu.

Sobre o facto de a própria Comissão Europeia ter negado essa ingerência no que respeita à questão do Novo Banco e do défice, Catarina Martins considerou que este organismo “gosta de fazer a ingerência e depois fazer de conta que não” fez: “É atirar a pedra e esconder a mão”, disse, voltando a acusar a Comissão de ter protegido “a propaganda eleitoral” do PSD e CDS nesta matéria.

A porta-voz não tem dúvidas: “Quando a Comissão Europeia vem dizer que em Portugal é normal aumentar-se mais impostos, quando estamos a discutir programas eleitorais diferentes na forma como olham para a fiscalidade, está a ingerir na campanha eleitoral e nós não aceitamos que assim seja. Portugal é uma democracia”.

Para a candidata, “seria mais prudente” que, até ao dia de os portugueses irem às urnas, a Comissão se abstivesse de “qualquer comentário ou de qualquer relatório” sobre o país.

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