Estado lança concursos para prospecção de petróleo no Norte e no Algarve
Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis diz que há uma empresa internacional interessada na exploração das águas ultra-profundas do Algarve.
Um deles visa a bacia do Porto e o outro, para as águas ultra-profundas do Algarve, já tem uma empresa internacional interessada, assegurou o presidente da ENMC, Paulo Carmona, em declarações à margem de uma conferência sobre a exploração de petróleo em Portugal.
"Houve uma empresa internacional que manifestou interesse e por isso optamos por lançar um concurso", explicou Paulo Carmona. No caso da bacia do Porto - onde estão em causa blocos em águas pouco profundas, mas também águas profundas, "não há interessados, mas há um grande conhecimento geológico", o que permite antecipar maior nível de adesão, explicou.
O presidente da ENMC sublinhou que o critério de escolha em todos estes procedimentos será o valor das propostas.
"Se não tivermos candidatos, conseguimos pelo menos projectar o nome de Portugal internacionalmente", explicou o responsável da ENMC.
Na conferência, José Miguel Martins, da ENMC, revelou que entre 2007 e 2013, os projectos de pesquisa e prospecção de petróleo em Portugal (em terra e no oceano) representaram um investimento em torno de 264 milhões de euros.
Para os últimos dois anos ainda não há valores fechados, mas houve "grandes investimentos" em 2014 no Alentejo e no Algarve e, este ano, investimentos muito significativos em Peniche, adiantou Paulo Carmona.
As principais empresas envolvidas nos projectos de prospecção de petróleo em Portugal são as portuguesas Galp e Partex (esta última da Fundação Gulbenkian), a italiana Eni e a espanhola Repsol.
Segundo os dados da ENMC, em Portugal realizaram-se 174 sondagens de pesquisa, das quais 117 revelaram indícios de petróleo. Houve 27 amostras em teste, mas, até à data, nenhuma descoberta que desse origem à exploração comercial.