Síria e refugiados dominam a agenda cheia da Assembleia Geral da ONU

Mais de 160 líderes mundiais vão estar em Nova Iorque para um encontro que marca os 70 anos das Nações Unidas.

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Esta será a 70ª sessão da Assembleia Geral Don Emmert/AFP

Em Nova Iorque são esperados 160 líderes mundiais, uma das maiores enchentes em 70 anos de reuniões, que promete gerar tanto de embaraço como de oportunidades diplomáticas. E é na segunda-feira, primeiro dia oficial de trabalhos, que os olhos estão postos. Separados por poucas horas, vão discursar os Presidentes dos EUA (Barack Obama), Rússia (Vladimir Putin), Irão (Hassan Rohani), China (Xi Jinping) e França (François Hollande), um alinhamento de poderosos como não se via desde 2005.

E se Xi vai estrear-se na Assembleia Geral num momento de crispação com os países vizinhos e os EUA, é o regresso de Putin à ONU, depois de dez anos de ausência, que gera maior curiosidade. Especula-se sobre o tom que adoptará, mas sobretudo se vai retomar a proposta para a formação de uma grande coligação internacional para combater o Estado Islâmico que inclua o Exército sírio. Moscovo insiste que a luta contra o terrorismo deve ter prioridade sobre todas as outras disputas, mas os ocidentais vêem na ideia (tal como no envio de reforços militares russos para a Síria) um atalho para garantir a sobrevivência de Assad. Na terça-feira o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, reúne-se com os chefes da diplomacia dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, desconhecendo-se se a iniciativa russa estará em cima da mesa.

A actual crise dos refugiados – há 60 milhões de pessoas que fugiram da guerra, da fome e da repressão nos seus países – será o tema central quer da reunião especial que vai decorrer dia 30 à margem da Assembleia, devendo marcar também os discursos da maioria dos dirigentes europeus que vão estar em Nova Iorque.

Há ainda grande expectativa em relação aos discursos de Rohani (para perceber que consequências terá o acordo nuclear no posicionamento diplomático de Teerão) e do Presidente cubano, Raul Castro, que se estreia na ONU após a histórica reaproximação aos EUA. A título simbólico, um dos momentos mais marcantes será o hastear, pela primeira vez na história, da bandeira da Palestina, reconhecida agora como Estado observador não-membro.

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