Mostrando duas páginas em caracteres chineses, o jornal chinês crítico do regime escreve que "estas instruções de censura, emitidas pelas autoridades do Governo para os meios de comunicação social, foram divulgadas e estão a ser distribuídas online".

As duas imagens da propaganda, acrescenta o site noticioso, foram "emitidas pela agência de notícias Xinhua e pelo Departamento Central de Propaganda, e mostram que os meios de comunicação social chineses estão a ser instruídos para noticiarem a economia de forma positiva" e para "interpretarem correctamente os dados económicos".

Esta não é a primeira vez que o China Digital Times consegue obter instruções confidenciais do departamento de censura do governo chinês: no princípio deste mês, dois dias antes da parada militar que assinalava os 70 anos da rendição do Japão e consequente fim da segunda guerra mundial, o jornal publicou as instruções sobre como devia ser feita a cobertura.

"Texto, vídeo e imagens em todos os websites e canais de notícias que abordem a parada militar, assuntos militares, e detalhes históricos devem manter a abordagem positiva, não devem distorcer a história nacional e do Partido, não devem conter comentários falsos nem informação nociva", lê-se na mensagem divulgada pelo jornal, que a ameaça "lidar de forma séria" com quem não cumprisse.

Agora, e com a China mergulhada num abrandamento económico que ameaça desacelerar o modesto crescimento mundial, os líderes chineses definem, na mensagem enviada às direcções dos órgãos de comunicação estatal, que "o foco para o mês de Setembro vai ser o fortalecimento da propaganda económica e condução da opinião pública, bem com o planeamento geral da propaganda interna e externa na internet".

O objectivo, acrescenta-se na tradução para inglês fornecida pelo site noticioso, é "levar a cabo o próximo passo na promoção do discurso sobre o brilhante futuro económico da China e a superioridade do sistema chinês, bem como a estabilização das expectativas e inspirar confiança".