Há quatro anos, na Nova Zelândia, o mau momento que o râguebi escocês tem vindo a atravessar na última década ficou claro: Ganharam, com muito sofrimento, à Roménia e Geórgia; perderam frente à Argentina e Inglaterra. Pela primeira vez, a Escócia ficava pela fase de grupos. Para tentarem recuperar a auto-estima de um país com tantas tradições na modalidade, os escoceses apostaram no neozelandês Vern Cotter e os resultados começam a aparecer.
Mais forte e mais ousada, já não se pode dizer que a Escócia é apenas defesa, defesa e mais defesa. No entanto, os bons resultados ainda tardam a aparecer. Faltará pouco? Tudo indica que sim.
Depois de ter orientado Bay of Plenty, Crusaders (treinador de avançados) e o Clermont durante oito anos, Cotter trouxe mais coesão à equipa e, no último ano, tem-se assistido a uma atitude mais atacante, com os alinhamentos a funcionarem como as melhores bases de ataque. A própria mêlée, que já era muito eficiente, também tem sofrido melhorias. Falta ainda, porém, estabilidade e confiança nos momentos decisivos que os faz cometer erros não forçados que limitam a obtenção de melhores resultados.
Stuart Hogg, o defesa dos contra-ataques, encontra-se aos 23 anos num excelente pico de forma e Finn Russell tem mostrado ser um “10” versátil e inteligente. Josh Strauss é um acrescento considerável ao pack e Jonny Gray está a tornar-se num grande segunda linha. Os pontas são sempre muito rápidos e cheios de oportunidade, esperando-se que, para isso, Pyrgos ou Sam Hidalgo-Clyne actuem a “9”, em detrimento do mais conservador Laidlaw.
O facto de grande parte da selecção ser composta por jogadores do Glasgow Warriors, equipa que venceu o Pro 12 de 2014-15 sob a orientação de Gregor Townsend, é um facto a ter em conta, na medida em que é um garante da unidade e camaradagem.
Num Grupo B cujas contas ficaram totalmente baralhadas com a surpreendente derrota da África do Sul, a Escócia terá que discutir com os “Boks”, Samoa e, quem sabe, o Japão, o lugar nos quartos-de-final.
Curiosidade:
O cardo é a flor nacional da Escócia, o símbolo da selecção de râguebi do país e serviu de inspiração para o hino da equipa: The Flower of Scotland. Escrito por Roy Williamson, este tema foi apresentado pela primeira vez em 1967 e a letra da música fala da vitória dos escoceses, comandados por Robert the Bruce, sobre os ingleses no reinado do Rei Eduardo II, na batalha de Bonnockburn, em 1314.
Jogos na Fase de Grupos
23/09: Escócia-Japão, 14h30
27/09: Escócia-EUA, 14h30
03/10: África do Sul-Escócia, 16h45
10/10: Samoa-Escócia, 14h30
Convocados
Avançados: Alasdair Dickinson, Ryan Grant, WP Nel, Gordon Reid, Jon Welsh, Fraser Brown, Ross Ford, Stuart McInally, Jonny Gray, Richie Gray, Grant Gilchrist, Tim Swinson, David Denton, Josh Strauss, Ryan Wilson, John Hardie, Alasdair Strokosch.
Três-quartos: Greig Laidlaw, Henry Pyrgos, Sam Hidalgo-Clyne, Finn Russell, Duncan Weir, Mark Bennett, Matt Scott, Peter Horne, Richie Vernon, Stuart Hogg, Sean Lamont, Sean Maitland, Tommy Seymour, Tim Visser.