Projecto "Trupe Sénior", do Chapitô, é o grande vencedor do prémio AGIR-REN

Plano prevê a integração de Idosos em ateliers artísticos que serão dinamizados por jovens em situação de exclusão social.

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O projecto "Trupe Sénio" é da autoria do Chapitô - Colectividade Cultural e Recreativa de Santa Catarina e é o grande vencedor da segunda edição do prémio AGIR, da REN (Redes Energéticas Nacionais), que tem por objectivo "apoiar "projectos que dão resposta a problemas sociais concretos".

Contactada pela Lusa, a presidente do Chapitô explicou que se trata de um projecto pensado para a integração através do contacto intergeracional, em que haverá, para além de várias actividades recreativas, a troca de saberes.
"É a tentativa da mudança de um mundo melhor e da mudança de alguns paradigmas da sociedade", apontou Teresa Ricou.

O projecto irá arrancar no próximo ano e os mais idosos serão pessoas do bairro, escolhidos com a ajuda da Junta de Freguesia ou através dos lares e centros de dia.

"É uma brincadeira que a gente vai fazer e é uma aproximação dos jovens com as suas artes junto das artes dos outros seniores que têm muita coisa para ensinar e ao mesmo tempo (...) uma tentativa de incentivar e estimular as pessoas a estarem vivas, dinâmicas e activas", sublinhou.

Segundo Teresa Ricou, neste projecto, tanto serão os jovens a ir ter com os mais velhos, como poderão ser as pessoas idosas a deslocarem-se ao Chapitô. De acordo com a informação sobre a atribuição do prémio, os idosos serão incluídos em ateliers artísticos que serão dinamizados por jovens em situação de exclusão social.

"Esta Trupe Sénior será formada por idosos, e jovens artistas que cumprem medidas tutelares em centros educativos ou que passaram por processos de reintegração social na escola do Chapitô, sendo depois mobilizados para dinamizar acções socioculturais e recreativas nas suas comunidades de origem", lê-se no comunicado.

Para além do projecto do Chapitô, há ainda outros dois projectos condecorados no âmbito do prémio AGIR, um de Ribeira de Fráguas, Aveiro, e outro de Vila Nova de Famalicão.

O projeto "Idade XXL", da CEDIARA -- Centros de Dia para Idosos, de Ribeira de Fráguas, ficou em segundo lugar, tendo como ponto central o envelhecimento activo através de programas focados na intergeracionalidade.
Tem por base três subprojectos, "Gerações com Vida", "Concretizações de Sonhos" e "Senhores Sabedoria", realizados através da parceria entre vários estabelecimentos de ensino, estabelecimentos prisionais, instituições de apoio à terceira idade e outras entidades de caráter comunitários e social.

Em terceiro lugar ficou o projecto "Envelhecimento+Activo", da Engenho -- Associação de Desenvolvimento Local do Vale do Este, Vila Nova de Famalicão, que vai desenvolver actividades de estimulação cognitiva e sensorial, desde canteiros elevados para pessoas com mobilizada reduzida, a sala de fisioterapia ou sala de memória.

Os prémios foram entregues esta quinta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, havendo um valor monetário para cada um dos projectos escolhidos, respectivamente de 30 mil euros, quinze mil e cinco mil para os primeiro, segundo e terceiro classificados.

O prémio AGIR é entregue anualmente e escolhe sempre uma área de intervenção. Em 2014 o tema foi o estímulo à criação de emprego, neste ano o enfoque foi para o envelhecimento activo.