PJ alerta para aumento de crimes com sextortion nas redes sociais

Sextortion é uma forma de exploração sexual que usa formas não físicas de coacção para extorquir favores sexuais à vítima. Nos últimos três meses, PJ de Lisboa registou 50 queixas por devassa privada e extorsão nesse contexto.

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Em 2011, 670 suspeitos de abusos e exploração sexual de crianças e de pornografia infantil JOCHEN LUEBKE/AFP

O coordenador de investigação criminal da Unidade Nacional de Cibercrime da PJ, Carlos Cabreiro, adiantou ao PÚBLICO que entre Junho e Agosto deste ano "se verificou um boom com 50 queixas à polícia registadas neste contexto só na região de Lisboa". Foi essa a razão, explicou o responsável, que levou a PJ a divulgar este alerta. "Estas questões são sempre tratadas a nível informático e foi assim que constatamos esse aumento nos últimos três meses. Realmente esses crimes são cada vez mais comuns. Concluimos que era melhor divulgar e prevenir", acrescentou Carlos Cabreiro.

Questionado sobre o números de queixas registado em anos anteriores, para efeitos de comparação, o coordenador da PJ, admitiu que a polícia não tem ainda esse dados e salientou que "nas restantes zonas do país o aumento de queixas deverá estar a acompanhar o aumento registado em Lisboa".

Num comunicado em que a PJ em que alerta para aquele procedimento criminal, que é conhecido como sextortion -- uma forma de exploração sexual que usa formas não físicas de coacção para extorquir favores sexuais à vítima --, a polícia "alerta e apela" aos utilizadores de uma webcam para que adoptem uma postura "prudente" de modo a não terem consequências de devassa grave da vida pessoal e profissional, bem como de vitimização em termos de extorsão e de humilhação.

Aquela polícia alerta ainda para o facto de haver uma idade mínima para o uso das redes sociais e para o facto de os menores deverem ser avisados das consequências do mau uso destas redes.

As situações denominadas por sextortion ocorrem quando os utilizadores, adultos ou menores, aceitam partilhar comunicações vídeo com exposição íntima e do foro sexual numa rede social.

Ao fazê-lo, correm o risco de virem a ser vítimas do crime de extorsão por parte de criminosos que lhes solicitam pagamentos de montantes elevados para que os vídeos ou imagens acabadas de obter não sejam divulgadas na Internet ou partilhadas pelos "amigos" da rede social, refere o documento da PJ.

A PJ acrescenta tratar-se de uma criminalidade de contornos transnacionais com um efeito "erosivo" sobre a confiança dos cidadãos nas estruturas da rede internet e um "efeito psicológico altamente devastador sobre as vítimas". com Lusa

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