Sondagens dão vitória aos independentistas catalães
Resultado das eleições regionais de 27 de Setembro pode ser o tiro de partido para o processo de secessão da Catalunha
O chefe do governo regional, o independentista Artur Mas, que procura a reeleição, considera que 68 assentos parlamentares serão suficientes para pôr em marcha um processo de secessão que culminará, passados 18 meses, numa declaração unilateral de independência.
Segundo a sondagem do El Mundo, a lista de Artur Mas, Junts pel si (Unidos pelo sim), formada pelos nacionalistas conservadores da Convergência Democrática (CDC) e os independentistas de esquerda da Esquerda Republica (ERC), recolheria 39,4% dos votos, e 62 a 65 assentos parlamentares.
A outra lista dos que favorecem a independência da Catalunha, formada pela extrema-esquerda (Candidatura de Unidade Popular, CUP), conseguiria 6,7% dos votos, elegendo 8 ou 9 deputados. O seu apoio ao projecto de Artur Mas, a quem eles criticam a gestão, continua incerto.
Uma sondagem publicada no domingo pelo jornal catalão El Periodico previa uma vitória mais apertada para os independentistas: 67 a 70 deputados eleitos e 44,8% dos votos.
Interrogados directamente acerca da sua posição sobre a independência da região, que representa um quinto do PIB de Espanha, 46,2% das 1400 pessoas ouvidas pelo Sigma Dos declararam-se contra, enquanto 44,4% disseram ser a favor da independência.
O partido liberal anti-independência, Ciudadanos, será a segunda força mais votada, segundo a sondagem do El Mundo, com 12,7% dos votos (16 a 17 deputados), seguida pela lista da esquerda radical apoiada pelo Podemos, que teria 12,4% dos votos (15 a 17 deputados). O Partido Socialista catalão e os conservadores do Partido Popular aparecem em quarto e quinto lugar, com 14 a 15 deputados para os socialistas e 13 para os populares.
Artur Mas quis transformar estas eleições regionais antecipadas num plesbicito sobre a independência da Catalunha, depois do poder central de Madrid lhe ter recusado o direito a organizar um referendo sobre a questão, como fez a Escócia no ano passado, argumentando que a Constituição espanhola não permitia tal consulta.