Ainda há quem recorde com saudade as antigas carruagens que serviam como único meio de transporte e até de passeio. Puxadas por cavalos ou a motor, estes veículos acabaram por cair em desuso com o avanço tecnológico e deram origem aos automóveis e a outros meios de transporte que usufruímos actualmente. Mas o conceito não foi totalmente esquecido no Porto. Facilmente encontramos nas ruas da cidade vários autocarros e comboios turísticos, "tuk-tuks" e afins que dão a conhecer vários locais de forma diferente. Desde Março, o Porto passou a ter um novo meio de transporte ecológico, os riquexós.
Destinados aos turistas da cidade, os riquexós são veículos constituídos por uma carruagem para duas pessoas e uma bicicleta conduzida por um guia turístico, da nova empresa Riquitó Tours. Além de ser ecológico, é um conceito que prima pela distinção e proporciona passeios românticos pelas ruas e vielas da cidade.
Miguel Guimarães Parar, arquitecto e responsável pela Riquitó Tours, contou ao JPN como surgiu a ideia de introduzir os riquexós na cidade. Após o primeiro contacto com este veículo no Vietname, concluiu que seria uma mais-valia para os turistas visitarem o Porto de forma sustentável e romântica. Assim, pôs mãos à obra e trouxe para a rua da Madeira, sede da Riquitó Tours, quatro riquexós. “Tenho dois tipos diferentes de riquexós: uns têm o corpo em fibra de vidro e outros em estrutura metálica. À parte disso, é uma bicicleta normal com apoio eléctrico”, explica Miguel sobre a composição dos veículos que circulam pelo Porto desde o dia 15 de Março.
Para conduzir estes passeios, Miguel recrutou jovens licenciados em turismo e decorou os riquexós de preto e dourado, inspirados pelas charretes de outros tempos. O responsável garante que o conceito “é direccionado para os casais” e que os visitantes, tanto nacionais como internacionais, demonstram interesse e entusiasmo pelo projecto e pelo "glamour" do veículo.
Como todos os negócios em fase inicial, a Riquitó Tours ainda não atingiu o pico de visitas, mas o seu sucesso está a ser gradual e positivo. Miguel Guimarães defende que neste tipo de negócios deve-se crescer aos poucos e espera que os serviços da sua empresa sejam cada vez mais requisitados.
Devido à topografia peculiar da cidade, com muitas subidas e descidas, foram definidas rotas estratégicas para os passeios de riquexó. Apostando em zonas planas, o responsável criou dois trajectos, “um desde o Largo de São Francisco até ao Passeio Alegre e voltar, e outro do Largo de São Francisco até à Afurada e voltar”, afirma Miguel Guimarães.
Nos percursos de 60 a 70 minutos pelas zonas da Ribeira, Foz e Vila Nova de Gaia, são cobrados 20 euros por pessoa.