Quase dois mil conseguiram subir nota do exame de Português do 12.º ano
Resultados do processo de reapreciação das classificações foi conhecido nesta sexta-feira. Pedidos de revisão aumentaram, mas pouco.
Apesar da polémica registada em torno do processo de classificação das provas, devido a um parecer da nova Associação Nacional de Professores de Português (Anproport), que aconselhou os alunos a pedirem a reapreciação das provas, apenas mais 440 o fizeram por comparação ao que sucedeu em 2014.
O exame de Português é obrigatório para todos os alunos do 12.º ano e foi efectuado por cerca de 71 mil. Segundo a Anproport, no processo de classificação desta prova nem todos os professores classificadores tiveram acesso às mesmas informações sobre os critérios de classificação transmitidas pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave), pondo-se assim em causa a “equidade” entre os alunos. O parecer, cujo teor seria contestado pelo IAVE, foi divulgado já após a afixação das notas (a média dos alunos internos foi de 11), coincidindo com o último dia do prazo que os alunos têm para pedir a consulta das provas, o primeiro passa do processo de reapreciação.
Por comparação a 2014, registou-se um aumento da percentagem de provas reapreciadas a Português, face ao total das que foram realizadas, de 3,2% para 3,8% e uma diminuição de 71% para 70% das que resultaram numa subida das notas e uma subida de 15% para 16% nas que se registou o inverso (descida dos resultados). A percentagem das que ficaram com a mesma nota manteve-se igual (14%).
No conjunto das 319.409 provas realizadas na 1.ª fase dos exames nacionais, foram reapreciadas 7366, mais 285 do que em 2014, o que corresponde a 2,3% do total. Segundo o MEC, “ao longo dos anos, a percentagem de reapreciação tem variado entre 1,5% e 3 %. Do conjunto das provas reapreciadas este ano, verificou-se uma subida de classificações em 5258, o que corresponde a 71% do total das reapreciações contra os 73% registados em 2014.
Para além de Português, as disciplinas em que se registou um maior número de pedidos de reapreciação foram as de Física e Química A com 1333 (2,8% do total) e Matemática A com 1022 (2,1%), o que também corresponde a um aumento por comparação a 2014. Nos últimos anos, estas três disciplinas mais a de Biologia e Geologia, que são também as que levam mais alunos a exame, têm sido sempre as que registam um maior número de pedidos de reapreciação.
Compete ao Júri Nacional de Exames decidir se o pedido de reapreciação vai por diante ou é recusado. Os estudantes que os apresentam têm de indicar quais as razões que fundamentam o pedido. Segundo o regulamento dos exames, estas “apenas podem ser de natureza científica ou de juízo sobre a aplicação dos critérios de classificação ou existência de vício processual”. A apresentação do pedido é também acompanhada por um depósito, na escola, de 25 euros, quantia que é devolvida aos alunos quando a reapreciação resulta numa subida da nota.